Sindicalistas temem por aumento do desemprego e pedem que população mantenha cuidados contra o covid-19

26 de janeiro de 2021 - 12:57
Por Isabella Belli

O programa Berlinda News Entrevista desta terça-feira, 26, teve como foco os trabalhadores e principalmente aqueles que estão na linha de frente contra o covid-19. Isso por quê, por conta da pandemia, muitos ficaram desempregados ou tiveram o salário reduzido em 2020. E para falar sobre todas essas questões, estavam no estúdio o presidente do SindiSaúde do Vale dos Sinos, Andrei Rex, o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) do Rio Grande do Sul, Norton Jubelli e o Secretário Nacional de Relação Internacional da UGT, Miguel Salaberry.

De acordo com todos eles, os sindicatos têm trabalhado de forma incansável desde o início da pandemia para garantir os direitos básicos dos trabalhadores, mas infelizmente, por questões políticas e também, pela falta de consciência de parte da população, esse movimento acaba encontrando grandes dificuldades durante as negociações e acordos, e a consequência disto é o desemprego em massa.

Desalentadas e sem perspectivas

“Já vivíamos um momento difícil para os trabalhadores do Brasil com mais de 13 mi de desempregados e a pandemia só veio sublinhar com mais força esse momento de dificuldade q estamos passando com mais de 14 mi de pessoas sem emprego, temos q encontrar soluções para fazer com q o país volte a se industrializar, para voltar a gerar emprego e renda. Serviço, limpeza urbana, segurança, foram trabalhadores que não pararam, ao contrário, trabalharam mais que anteriormente, se expôs muito mais, teve que adequar suas necessidades a esse momento que ninguém estava preparado e ainda vemos toda essa discussão para ver o Brasil crescer, o que é mais importante a economia ou a vida. O trabalhador deve ser valorizado, deve ter a sua importância reconhecida e temos que inserir todas essas pessoas que hoje estão desempregadas, desalentadas e sem perspectiva nenhuma”, afirmou Jubelli, presidente da UGT no Estado.

Plano de saúde

Esse desalento citado por Jubelli pode ser encontrado na fala de Salaberry. “Já sou do movimento sindical há muitos anos e vejo todos os governos passarem e usarem os trabalhadores a cada quatro anos para se elegerem e depois os políticos esquecem dos trabalhadores”, afirmou ele que ressaltou: “O que mais se discute hoje é a preservação do emprego. Muitos estão abrindo mão do salário e estão trabalhando pelo plano de saúde e por uma cesta básica. Então a nossa responsabilidade, como agente sindical, esse ano, é de cuidar da preservação do emprego e também de preservar a plano de saúde. Nós, os trabalhadores do regime geral estamos pagando a conta, como sempre. Então eu acho que os políticos deveriam reduzir seus salários, também. Mas eles estão mais preocupados em mostrar quem é o dono da vacina e quem vai tirar foto da vacinação.”

Os heróis da saúde precisam descansar

Enquanto os trabalhadores dos serviços essenciais, que não podem parar, trabalham o dobro e ganham a metade durante a pandemia, tem uma outra classe, talvez a mais essencial e importante de todas que, além de precisar ter os direitos básicos garantidos, necessita também ter o mínimo de qualidade diária no emprego e principalmente, um apoio psicológico. Estamos falando dos profissionais da saúde.

“No início da pandemia tivemos grandes problemas em algumas casas de saúde, tanto que tivemos que utilizar medidas judicias, tivemos que ir ao Ministério Público exigir o IPI básico ao trabalhador. A nossa briga não é só contra o vírus, é também uma briga muito grande contra o negacionismo. A pandemia chegou do tamanho que está porque uma parcela significativa da população não demonstra o mínimo de empatia. As pessoas reclamam que estão cansadas de usar máscara ou de ficar em casa, ninguém está gostando. Cansado, na verdade, está o nosso colega no hospital que muitas vezes já pegou covid, voltou com sequela e está trabalhando. Cansado está o nosso colega que está fazendo 12 horas ou mais para não deixar uma escala sem faltar funcionários”, afirmou Rex, presidente do SindiSaúde do Vale dos Sinos que abrange as cidades de Esteio, Sapucaia do Sul e São Leopoldo.

“O serviço de saúde é como se fosse um grande motor e cada peça desse motor é importante para fazer a máquina funcionar bem”, completou Rex que teve a ajuda dos colegas sindicalistas para alertar sobre a importância de manter todos os cuidados contra o coronavírus. “Para os que achavam que saúde pública era dinheiro jogado fora, isso caiu por terra, foi o legítimo tapa na cara. Se não fosse o Sistema Único de Saúde, essas 217 mil mortes que tivemos, nós estaríamos falando seguramente sobre mais de um milhão de mortes. Não existe estrutura física na saúde para atender a população em condições normais. É agora que precisamos ter mais consciência na necessidade de se proteger e se cuidar. Nós não vamos conseguir manter tudo fechado o tempo inteiro até que todos se vacinem, então vamos ter que continuar com os cuidados”, finalizou Jubelli.

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