por Felipe Faleiro
O ex-vereador de São Leopoldo Paulo Borba, dividiu a bancada do Panorama Político na Berlinda com os também ex-vereadores e prefeitos, Ronaldo Ribas e Vanderlan Vasconselos desta quarta-feira, 2. Eles recordaram seus períodos de legislaturas – Ribas que foi prefeito entre os anos de 1997 e 2000 e Vasconselos que comandou Esteio entre 1997 e 2000, e entre 2001 e 2002 -, além da situação política atual. Experientes, todos eles ainda expuseram suas opiniões a respeito do futuro político de São Leopoldo e ressaltaram a importância do voto para a manutenção e fortalecimento da democracia.
Vanderlan, vereador entre 1989 e 1992, comentou que, em seu período na Câmara, houve a redução do número de parlamentares de 21 para 9 – número que mais tarde foi ampliado para 13. “Foi algo bastante marcante na minha vida, e uma ocasião bastante especial. Neste período, foram feitas diversas Leis Orgânicas de municípios”, ressaltou ele.
Ronaldo, por sua vez, se elegeu ainda no ano de 1973. “Na época, éramos 21. Havia cinco funcionários na Câmara e cada bancada tinha um assessor. Foi uma experiência muitíssimo válida, mas não me passava na cabeça, na oportunidade, que um dia seria vereador. As circunstâncias aconteciam, e na ocasião, o vereador não ganhava nada. Era um orgulho muito grande sair de casa para exercer minha função de vereador, que ainda era feita na antiga Prefeitura”, recordou.
Fatos passados
Já Borba comentou sobre dois fatos que considera marcantes, e que “dão orgulho”, segundo disse ele. Um deles foi a construção da 3ª ponte na Rua 25 de Julho, na região da Ilha Grande, durante o governo de Ribas. “Na ocasião, foram investidos R$ 1,5 milhão com recursos próprios do município”. O outro foi um projeto dele próprio, e que foi aprovado, diz respeito à lei que estabelece o tratamento e prevenção da Aids no município. “Tínhamos um problema muito sério. Até hoje, a legislação que organiza isto é daquela época. Foi algo muito interessante, feito em conjunto com diversas entidades, às quais chamamos para o debate”, disse.
Sobre a atual situação política geral, tão desacreditada pela sociedade, Ronaldo opinou que, primeiramente, é preciso saber “as necessidades da comunidade”. “Toda Administração tem que ter obras estruturantes, não adianta inventar coisas. O que são obras estruturantes? São projetos que possam servir e beneficiar o maior número de pessoas de uma cidade. Por exemplo, esta da ponte [citada por Borba]. É uma obra de grande importância para São Leopoldo, e estamos extremamente satisfeitos com ela”.
A função do vereador
Paulo comentou também sobre o trabalho dos vereadores. Para ele, a função do parlamentar é “estar fiscalizando o governo, trabalhar para a comunidade como um todo”. “Acho que este tipo de trabalho tem a ver com cidadania. Enquanto cidadão, limpo a calçada da minha casa, mesmo sabendo que é obrigação e responsabilidade da Prefeitura. Não é, por exemplo, a função de um vereador, mas respeito quem o faça. O retorno do trabalho às vezes deixa a desejar, contudo, é o voto do povo. Ele escolheu aquilo ali”, comentou.
“Nós já fomos vereadores, sabemos da realidade que se passa na Câmara. Eu e o Vanderlan já fomos prefeitos, é outra realidade estando no Executivo. A obrigação do prefeito é trazer recursos para a Prefeitura. Se você não trouxer no seu período, não vai conseguir fazer nada. O vereador já é diferente. Então imagino toda a dificuldade que o prefeito Vanazzi está passando com a pandemia, com dinheiro que não havia. Mas tem que fazer frente como prefeito, não se encolher, mas colocar a cara para bater. Tem que fazer obras estruturantes também”, salientou Ribas.
Vanderlan também comentou que é preciso “reinventar a roda” no aspecto democrático, no sentido de que “ninguém mais aguenta a política do jeito que está”. “Não sou contra os vereadores, quero que exista a democracia. Mas antes, o povo de cada cidade não tinha custos com os parlamentares; agora, o custo da Câmara é alto. Todo mundo quer o melhor, mas como vamos fazer? Este salário temos de pautar, cada vez mais nossa vida está escancarada.” Ribas salientou ainda as obras realizadas de ampliação do Trensurb até São Leopoldo, por volta do ano de 1998, além de pedir o voto consciente nas eleições. “Estamos passando para a comunidade exatamente este compromisso. Não adianta ficarmos de braços cruzados neste pleito que está chegando e depois reclamar. Eu não precisava votar mais, pela minha idade, mas jamais vou deixar de fazê-lo e exercer a democracia”, disse.
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