“Transporte público é serviço essencial e o poder público tem suas responsabilidades”, Wilson Caetano

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Em estado de greve desde a sexta-feira, 24, os trabalhadores do transporte  público rodoviário de São Leopoldo, aguardam para hoje (28) ou amanhã (29), a confirmação de audiência de conciliação  pelo Tribunal Regional de Trabalho (TRT) com a patronal. “O transporte público acontece no município. É serviço essencial e o poder público tem suas responsabilidades, por isso na audiência de conciliação deverá ter representante do governo municipal”, disse o diretor do Sindicato dos Trabalhadores  em Transporte Rodoviário de São Leopoldo, Wilson Caetano, hoje (28), no Berlinda News Entrevista.

Na assembleia de sexta-feira (24), a categoria rejeitou a contraproposta da patronal de 5% de reajuste salarial e 5% no vale refeição, além do estado de greve. A nova assembleia está marcada para segunda-feira, 4 de julho, isso caso não ocorra a conciliação no TRT.

Perdas acumuladas

“Estamos pedindo 100% do INPC de 1º de junho de 2021 até 30 de maio de 2022, mais 5% das perdas acumuladas nos últimos três anos quando não tivemos nenhum reajuste. O salário base hoje é de R$ 2,7 mil e passaria para R$ 3,199. Já a patronal ofereceu 5% que ficaria em R$ 2,850. Nosso vale refeição de R$ 24 passaria para R$ 28. Pela patronal passaria para R$ 25”, explica Caetano.

Diálogo

“Estamos buscando o diálogo com a patronal e estamos à disposição para conversar com o poder público que trata das políticas de gratuidade entre outros pontos envolvidos no processo. Reafirmamos que estamos cientes de todo o contexto econômico que diz respeito à inflação e aumento de combustíveis, mas precisamos avançar em defesa da categoria”, diz Caetano.

Consórcio

O site Berlinda colocou o espaço à disposição da patronal, por meio do consórcio, que prefere não se manifestar.

 

O que diz a Prefeitura de São Leopoldo

Com relação ao tema do transporte público coletivo, infelizmente mais um reajuste nos combustíveis e principalmente no óleo diesel nos traz grande preocupação, além disso, há também a informação de contingenciamento de compra do diesel, ou seja a limitação de compra de apenas certa quantidade o que pode indicar racionamento ou falta do produto.

Como já afirmado, só em 2022 foram de 60% de aumento, em um insumo que impacta mais de 30% o valor da tarifa.

E apesar da crise não vemos nenhum compromisso ou movimento por parte do Governo Federal para buscar uma solução ou minimizar o problema com impacto tão grave sobre a população e o povo de São Leopoldo.

A Prefeitura segue em negociação com o Consórcio Municipal para evitar este repasse aos passageiros que diariamente utilizam o transporte público.

Como informamos antes, por conta da pandemia já realizamos várias ações procurando resolver esta situação. Como por exemplo em 2021, aprovamos três leis para preparar o serviço de transporte público para o retorno gradativo aos serviços completos.

A Lei que determina adoção do critério de renda para as gratuidades, fixando em 1,5 salário-mínimo per capita, o limite para a concessão do benefício direcionando às gratuidades para quem realmente necessita, e o fim da gratuidade para leituristas e conferencista do Semae, com a Prefeitura arcando com os custos de transporte destes profissionais.

Além da lei que autoriza o poder executivo a conceder isenção temporária de repasse anual, isentando o consórcio de empresas de ônibus a repassar por 2020, 2021 e 2022, um recurso anual que somado aos três anos daria em torno de 1 milhão de reais.

Portanto recurso que seria destinado a prefeitura, que com esta lei ficará com as empresas para auxiliar na retomada dos serviços.

E a Lei que cria o Cartão Social, direcionado para os desempregados, onde a prefeitura comprará créditos – passagem do Consórcio, para distribuir aos beneficiários dos programas sociais e para a criação de um programa específico para os desempregados, que está em fase de regulamentação e representará recurso a ser colocado no sistema com a compra antecipada de créditos/passagens.

Se o Governo Federal e Estadual tivesse o mesmo empenho para buscar saídas, com certeza estaríamos com este problema resolvido.

Porém o que vemos é justamente o contrário, apenas a Prefeitura está preocupada e buscando saídas dentro das suas limitações administrativas e orçamentárias.

No que se refere a questão do dissídio da categoria, trata-se de uma relação trabalhador/empregado, sobre a qual não temos nenhuma gerência, e entendemos que devam ser bem remunerados pelo trabalho que prestam de acordo com as possibilidades reais e objetivas.

Apesar da crise, e do total descaso e descompromisso com que Governo Federal e Estadual estão tratando o tema, a Prefeitura de São Leopoldo segue empenhada em garantir o serviço de transporte público na cidade./Sandro Della Mea Lima – Secretário Municipal de Mobilidade e Serviços Urbanos

Ouça o programa completo

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