A prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi revogada por determinação do
desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Nery deferiu liminar a favor de Milton Ribeiro e também dos outros quatro presos suspeitos de desvio de verbas no Ministério da Educação. A defesa do ex-ministro havia ingressado com pedido de habeas corpus junto ao tribunal.
Conforme o jornal O Globo, a decisão é de caráter liminar e vale até o julgamento do caso pela Terceira Turma do TRF-1. Milton Ribeiro, preso ontem em São Paulo, passaria pela audiência de custódia com o juiz Renato Borelli da 15ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, responsável pelo pedido de prisão. No pedido, Renato cita supostos crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. As acusações se referem a um suposto balcão de negócios envolvendo a liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para prefeituras.
Milton foi preso pela Polícia Federal preventivamente em uma operação intitulada Acesso Pago, que investiga a responsabilidade dele no caso do gabinete paralelo da pasta, utilizado para favorecer prefeituras na destinação de verbas.
Gilmar Santos é líder do Ministério Cristo para Todos, um ramo da Assembleia de Deus, com sede em Goiânia. O ministro Ribeiro já pregou no templo, durante culto denominado Ceia Geral. A igreja dele é de pequeno porte, se comparada a outros braços da Assembleia de Deus com atuação nacional. Além de Goiás, está presente em Estados como Maranhão, Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Santos diz ter mais de 40 anos como pastor. Também é presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil Cristo para Todos.
antos se notabilizou no meio evangélico como um pregador conhecido por frequentar diversas igrejas, para além do meio “assembleiano”. Apesar da amizade pública e do acesso diferenciado ao ministro Milton Ribeiro, o vínculo com o governo Bolsonaro é anterior à chegada de Ribeiro à Esplanada dos Ministérios.
Quem abriu as portas do governo a ele e a seu braço direito, Arilton Moura — também investigado na operação —, foi o deputado João Campos (Republicanos-GO), pastor da Assembleia de Deus Ministério Vila Nova, ligado à Convenção de Madureira, conforme informações de integrantes da bancada evangélica.
Braço direito de Gilmar Santos, Moura atua como assessor de Assuntos Políticos da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil Cristo para Todos.
Moura é apresentado, em registros oficiais do governo, com o cargo de secretário nacional da entidade. Em 2018, ocupou o cargo de secretário extraordinário para Integração de Ações Comunitárias, no governo Simão Jatene, no Pará.
Em março de 2022, Moura foi acusado de pedir pagamentos em dinheiro e até em ouro em troca da liberação de recursos para escolas e creches, conforme denúncia do prefeito de Luís Domingues (MA), Gilberto Braga (PSDB).
Por GauchaZH