A exoneração de petistas das correntes internas Democracia Socialista (DS) de Nestor Schwertner e Avante, após a prévia que definiu Nelson Spolaor como candidato a prefeito, é problema do partido e do governo (leia-se prefeito Vanazzi). E portanto, cabe ao partido (na praça Tiradentes) o desafio de agilizar a cicatrização das feridas expostas e visíveis externamente, afinal partido é uma coisa e governo (7º andar) é outra. Sim, na teoria.
Dentro do PT os debates são duros, muito duros e isso quem diz são os petistas, por exemplo, a liderança incontestável, Vanazzi quatro vezes prefeito, que no processo das prévias, foi talvez o militante mais aguerrido. Deixou a liturgia e a caneta de chefe do Executivo no sétimo andar, e fardado de militante foi às bases defender seu candidato (Spolaor) com argumentos sólidos e pedir votos.
Enquanto isso no partido (na praça Tiradentes) o presidente Guilherme Louzada e lideranças históricas seguiam e seguem dizendo que a unidade do partido é o que importa e que tudo se encaminha para isso. Não há dúvida que na campanha oficial, empunhando bandeiras, a voz dos petistas ecoará “partido unido jamais será vencido; partido é dos trabalhadores; partido é das trabalhadoras”.
Mas nesse momento, independente do termo politicamente correto “readequação, reordenação, redistribuição de funções”, também se escuta “retaliação sumária” pelo apoio e voto ao candidato adversário, sem antes o debate e espaço de defesa nas instâncias do partido.
Por outro lado, a disputa foi entre duas lideranças que tiveram a coragem de passar pelo crivo dos filiados, que aos olhos de quem está de fora, o debate deveria ter como foco os dois candidatos e escolher quem melhor representaria todos os filiados e o projeto. E no debate cabia crítica e autocrítica ao governo, a Vanazzi, mas tudo dentro do padrão das disputas duras, porém internas como contribuição para fortalecer partido e governo.
Voltando ao conceito “partido é uma coisa, governo é outra” também na prática?