Uma idosa de 74 anos, moradora de um dos bairros de São Leopoldo mais atingidos pela enchente, a Vicentina, está há uma semana tentando provar que está viva e assim receber o auxílio reconstrução de R$ 5,1 mil. Por volta das 23 horas de terça-feira (18), Crislaine Martins, 35 anos, encaminhou mensagem ao site Berlinda pedindo ajuda.
“Boa noite! Desculpe incomodar. Será que vc pode dar uma luz p nós, sobre o auxílio reconstrução. Foi negado porque diz que minha avó está em óbito. Já fui no Cras, prefeitura nova, já fui no mutirão da prefeitura velha, fui no cartório e já fiz B.O. Já consultei o CPF dela que está ok. Já vi no aplicativo do INSS e a prova de vida está ok. Já atualizei no ajuda tche, mas o cadastro dela não entra em análise de novo pq só da óbito. Ela passou por 4 abrigos no tempo da enchente. Não sei mais o que fazer ou a quem recorrer. Será que vc pode me dar uma luz?”
Crislaine e avó estão numa verdadeira via crúcis para localizar o tal óbito. “Estamos indo em todos os lugares mas não conseguimos uma explicação e nem como resolver. Fomos no cartório para conferir se alguém tinha feito declaração da morte dela. Não tem nada. Fiz o pedido do auxílio dela no dia três (3) e dia 14 foi negado com a explicação que “o responsável familiar possui indicativo de ÓBITO”. Ela (avó) tá triste porque não consegue entender o que está acontecendo assim como eu”, desabafa Crislaine mas diz que não vai desistir enquanto não resolver essa situação.
Crislaine pretende ir no Centro Administrativo nesta quinta-feira (20) quando a Prefeitura terá uma equipe só para atender quem teve o pedido reprovado. Antes porém, Crislaine, mãe atípica, precisa levar o filho Murilo, 4 anos, na fono psicóloga na parte da manhã. “De tarde o Murilo vai com o pai na terapia e eu vou com minha vó mais uma vez em busca de ajuda”, disse.
Após passar por quatro abrigos – Centro de Eventos, Colégio São José, Concórdia e capela católica no Santo André – a idosa está na casa da neta e só poderá ir para sua casa quando portas e janelas forem instaladas e a parte elétrica reformada.
Brasília
Desde terça-feira (18) a reportagem da Berlinda está fazendo contato com Prefeitura, Ministério da Integração Regional, em Brasília, Caixa e Dataprev. Mas até agora não há uma resposta e explicação lógica para o caso. Hoje seguiremos buscando respostas e assim garantir que a idosa receba o auxílio para arrumar a casa onde mora há 70 anos.