Oncologia Centenário reforça tratamento humanizado e ganha agilidade com novo tomógrafo

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Na manhã desta segunda-feira (30), a Oncologia Centenário foi tema da conversa entre Juliano Palinha e Sônia Betinelli com os entrevistados Felipe Zart Broecker, gerente administrativo da unidade, e a radioterapeuta Débora Weschenfelder, durante o Berlinda News Entrevista.

Origem e expansão da Oncologia Centenário

A parceria entre o Hospital Centenário e o grupo de médicos que deu origem à Oncologia Centenário começou há 25 anos, quando se abriu licitação para ampliar o atendimento de alta complexidade. “No primeiro ano, apenas realizávamos consultas; logo depois inauguramos a primeira etapa da sede própria e, cinco anos depois, a ala de radioterapia”, relata Felipe Zart Broecker.

Essa expansão culminou, em 2014, com a chegada do segundo acelerador linear, dobrando a capacidade de atendimento. Hoje, a instituição já soma mais de 35.000 pacientes atendidos nas regiões do Vale do Sinos, Encosta da Serra e Paranhana. “Estamos prestes a inaugurar nosso tomógrafo próprio, que transformará o planejamento dos tratamentos”, avisa Felipe, destacando a importância de cada etapa para a evolução da Clínica.

Perfil dos casos e equilíbrio de gênero

Para a Doutora Débora Weschenfelder, o câncer de mama continua sendo o mais tratado na radioterapia, atingindo sendo então o público feminino o mais usual de seus atendimentos. “Entretanto, o somatório de casos de próstata, reto e pulmão garante um equilíbrio na distribuição entre pacientes masculinos e femininos”, explica. Esse balanço reflete a variedade de tumores que chegam à unidade, confirmando o atendimento multidisciplinar.

Ela complementa que, mesmo com predominância do público feminino, todos os tipos de neoplasias são acolhidos com o mesmo rigor técnico. “A humanização do atendimento está presente em cada consulta, independentemente do diagnóstico”, reforça a especialista.

Redução das sessões de radioterapia graças à tecnologia

Entre 2000 e 2010, um tratamento padrão de radioterapia para câncer de mama durava 30 a 35 sessões. Hoje, graças aos avanços tecnológicos, esse número caiu para uma média de 15 sessões. “Pacientes diagnosticadas cedo podem concluir seu protocolo em apenas cinco”, destaca Débora. Esse salto de eficiência diminui o desgaste do paciente e libera recursos para novos atendimentos.

Para ela, o principal ganho está na precisão do feixe de radiação, que atinge somente as células tumorais, poupando tecidos saudáveis e reduzindo efeitos colaterais. “É um salto conceitual na oncologia, fruto de equipamentos de última geração e planejamento tridimensional.”

Tomógrafo interno acelera o fluxo de tratamento

Até então, a tomografia necessária ao planejamento das sessões era terceirizada: o paciente saia da consulta e aguardava agendamento externo, atrasando o início da radioterapia. Com o novo tomógrafo, esse trajeto será eliminado. “O exame passa a ser feito imediatamente após a consulta, dependendo do caso, iniciando o tratamento em horas, não em meses”, afirma Débora.

Essa integração reduz a ansiedade do paciente e melhora o aproveitamento do tempo clínico. “Em câncer, cada minuto conta”, reforça a radioterapeuta, destacando que a máquina “fala a mesma linguagem” do acelerador linear, alinhando imagens e radiação com precisão milimétrica.

Quimioterapia: de paliativa a curativa

Paralelamente à radioterapia, a Oncologia Centenário mantém um setor robusto de quimioterapia, que hoje incorpora imunoterapia e terapias-alvo. “Antes, via-se a quimio como paliativa; hoje, ela é recuperadora, capaz de induzir remissão completa”, observa Felipe. Esse avanço se deve à personalização das drogas, que atacam mutações específicas de cada tumor.

Ele ressalta que a união entre quimio e radio potencializa resultados, pois “uma age localmente e outra sistemicamente, combatendo células que escapam ao feixe de radiação”. Esse modelo combinado é hoje padrão internacional.

Importância do diagnóstico precoce

O diagnóstico em estágios iniciais ainda é a maior arma contra o câncer. Débora lembra que, na pandemia, houve queda nos exames de rastreamento, gerando aumento de casos avançados. “Mamografia a cada dois anos, de 50 a 69 anos, e ultrassom complementar para mulheres jovens são cruciais”, destaca. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda, inclusive, mamografia anual a partir dos 40 anos quando há histórico familiar.

Além disso, novas técnicas de rastreio para câncer de pulmão em fumantes, com tomografias de baixa dose, ampliam a detecção precoce. “Quanto mais cedo, melhor — temos visto curas antes inimagináveis em estágios avançados”, finalizou.

Confira o Berlinda News Entrevista na íntegra:


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