POR JULIANO PALINHA
A faixa em frente aos atacados do bairro Scharlau chama atenção de quem passa pela Avenida Parobé, principal via do bairro.”Estamos Demitindo. Não há vagas”. O protesto é a alternativa de 22 proprietários de atacados para mostrar a crise financeira que estão enfrentando.”Não estamos suportando mais permanecer de portas fechadas. Temos aluguel, funcionários, famílias, impostos. Queremos apenas trabalhar, é nosso direito. Já fizemos nossa parte quando pediram para fechar no início desta pandemia, agora precisamos voltar, senão ficaremos fechados para sempre”, desabafa Liana Diemer, proprietária do Liana Atacado de Embalagem em Geral.
Liana diz que os atacados do bairro Scharlau abastecem o Estado todo e este setor, segunda ela, é responsável diretamente por uma boa parte da receita que entra para o Município. “Somos 22 atacados fechados. Imagina o prejuízo para arrecadação. Este estrangulamento, sem receita e arrecadação, afeta direitamente a saúde, segurança e lógico a econômica local. Os assaltos já estão ocorrendo no bairro. Esses valores não conseguiremos recuperar mais. Portanto, é preciso que nossos políticos façam alguma coisa. Alguém precisar enxergar “, implora a comerciante.
Liana conta que empregava cinco (5) pessoas antes da pandemia. Quando foi obrigada a fechar pela primeira vez, precisou demitir uma. Agora, se seguir assim, terá que demitir outra funcionária. “Infelizmente são duas famílias que ficam sem emprego. Se não pudermos abrir vou demitir mais ou fechar”.
Mari Scheffer, da Zaffer Distribuidora – Atacado de Flores Flores Permanentes, precisou demitir duas funcionárias. Ela diz que o grupo de whatsapp foi criado desde o primeiro isolamento, que ocorreu em março. Segundo ela, é preciso encontrar soluções, pois entende que os atacados tem condições de atender sem causar prejuízos à saúde da população. “Não tem lógica algumas atividades poderem trabalhar e nós não. Não queremos citar quem pode ou não, queremos solução. Eu acho perfeitamente que os atacados podem atender uma ou duas pessoas por vez com todos os cuidados que já havíamos tomando quando retornamos pela primeira vez, em março. Precisamos nos organizar para seguirmos trabalhando”, comenta. Conforme as comerciantes, está agendado para amanhã no início da tarde, uma reunião com o secretário geral de governo. A expectativa do setor é a flexibilização do comércio.
O que diz o secretário Zeca
Titular da Secretaria Geral de Governo (SGG) e atual coordenador da Força-Tarefa, o secretário José Suares, o Zeca, disse que o encontro de amanhã é para ouvir a categoria.”Vamos ouvir a reivindicações deste segmento do comércio. Nossa linha de trabalho, diante desta pandemia segue a mesma. Vamos tentar juntos com essa categoria construir algo que possamos ajudar”.