Na manhã desta terça-feira (28), o programa Berlinda News Entrevista recebeu o diretor-geral do Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae) de São Leopoldo, Gabriel Dias. Durante a entrevista, foram discutidos temas como inadimplência, situação das casas de bombas, melhorias em andamento e os desafios enfrentados pela autarquia.
Déficit financeiro e inadimplência
Segundo Gabriel Dias, o Semae atravessa uma grave crise financeira. “Nós pegamos o Semae com R$ 800 mil em caixa, sendo que, um dia depois, tínhamos que pagar R$ 650 mil e, quatro dias depois, mais R$ 550 mil. Esses pagamentos são de contratos, fornecedores e servidores. Num primeiro momento, tivemos que optar por pagar os servidores, mas já conseguimos sanar as outras despesas. Também temos uma dívida de R$ 21 milhões em precatórios com a prefeitura.”
A inadimplência, segundo ele, é um dos maiores problemas enfrentados. “A maioria das empresas de saneamento tem um percentual de 1% de inadimplência; o Semae tem 25%. Isso porque o Semae não corta água desde março do ano passado, antes mesmo da enchente. E isso gera um problema de fluxo de caixa. Agora, vamos fazer uma recuperação da área comercial, vamos notificar as pessoas que estão devendo. Nós não vamos fazer o corte em janeiro; em fevereiro, vamos fazer o corte com fita, e, em março, com a possibilidade de refinanciamento, vamos iniciar os cortes.”
Perdas no sistema
Outro ponto destacado por Gabriel Dias foram as perdas físicas no sistema de abastecimento, que hoje chegam a 52%. “Água que é tratada, que há o gasto, mas que não recebemos por ela. Isso se dá por causa de vazamentos e ligações clandestinas. Isso não é uma situação só de São Leopoldo; é assim no Brasil inteiro. Tanto que se criou um mecanismo para proibir e reduzir as perdas para 15%. Para chegar nesse nível, temos que tomar algumas medidas.”
Ele explicou que o Semae está preparando um termo de referência para contratar uma empresa de performance privada. “Ela faz toda a parte de infraestrutura, mapeia vazamentos, os gastos e, a partir dessa redução, a empresa ganha uma porcentagem em cima disso.”
Situação das casas de bombas
As condições das casas de bombas também preocupam a administração. “Pegamos nossas casas de bombas com estruturas precaríssimas. Nenhuma das casas de bombas está funcionando plenamente. Estamos trabalhando com a manutenção. Chegamos a fazer um orçamento para todas as casas de bombas, mas não temos recursos; precisaríamos de R$ 70 milhões.”
Confira a entrevista completa:
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