Se o debate de ontem, na Câmara de Vereadores de São Leopoldo, sobre o PL das RPVs, fosse uma partida de futebol, o vereador Gabriel Dias (Cidadania) seria consagrado por ter fechado o gol impedindo a vitória do Executivo, tendo como time Falcão (MDB), Brasil Oliveira (PSD), Hitler Pederssetti (DEM) e Lemos (PSB). A estratégia do Executivo era urgência especial para encerrar o assunto, evitando o desgaste da bancada governista. Quatro momentos resumem a derrota parcial do Executivo;
O pedido de votação em regime de urgência especial chegou ao plenário por pedido do Executivo e manifestado (lido) pelo líder do governo Rafael Souza (PDT). Vereador Gabriel Dias avisa que o regimento não permite que o Executivo faça pedido de urgência especial;
Rafael Souza, Ana Affonso e o procurador Jefferson Soares se reúnem por alguns minutos e a solução encontrada foi a Mesa diretora assumir e fazer o pedido de urgência especial;
Pedido de urgência especial é aprovado por seis (6) votos favoráveis e cinco (5) contrários;
Mais uma vez o vereador Gabriel Dias, por questão de ordem, diz à presidente Ana Affonso que a urgência especial precisa ser aprovada por maioria absoluta, ou seja, com sete (7) votos favoráveis. Contra a vontade do Executivo e parte da base governista, a segunda e definitiva votação será na quinta-feira, dia 23. Antes disso, no dia 22, quarta-feira, haverá audiência pública sobre o assunto.
Chance de justificar a posição e o voto
Cada um dos 13 vereadores pode votar de acordo com suas convicções e entendimento. Pode ser favorável ou contrário. Certamente a população vai aplaudir ou vaiar o voto, mas entenderá porque 99% dos votos são explicados, justificados.
Quando o voto se resume a teclar o verde ou vermelho do painel seguido de silêncio absoluto, uma das leituras possíveis é que foi um voto sem convicção, sem conhecimento do teor ou pior que isso, um voto silencioso para não “contrariar” alguém ou para não “perder” algo.