Morar na rua impacta tanto a saúde física quanto mental das pessoas. Problemas com álcool e drogas, por exemplo, foram apontados como um dos principal motivo para as pessoas saírem de casas de familiares e irem para as ruas. Em um contexto de aumento do desemprego, da fome, de isolamento social, muitas vezes de conflitos familiares demasiado sérios, os transtornos mentais afloram, e a busca por uma fuga da dura realidade torna-se mais atraente. Em São Leopoldo, segundo último levantamento do Ministério Público do RS, cerca de 300 pessoas em situação de rua estão pela cidade.
Ontem, dia 30, o Fórum Municipal das Pessoas em Situação de Rua de São Leopoldo conseguiu reunir 30 deles na República Pelo Social. Segundo Jean Cardoso, mobilizador social do Círculo Operário Leopoldense, foi a primeira reunião do ano e contou com a participação dos representantes da Secretaria de Assistência Social, Círculo Operário Leopoldense, Atos 29, CIAMP Nacional e Estadual (Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a população de rua).
“Esse encontro teve o objetivo de retomar as atividades do Fórum, fazer um histórico dos encontros anteriores, escolher representações da Pop Rua para o CIAMP Municipal e Estadual e fazer a escuta das demandas relacionadas à situação de rua”, explicou Cardoso.
GRUPO DE TRABALHO
De acordo com o mobilizador, os participantes do encontro de ontem escolheram, de forma democrática e participativa, os representantes para os comitês, sendo cinco homens, uma mulher e uma transexual. No encontro também foi constituído um grupo de trabalho com pessoas em situação de rua. “Serão representantes da SAS, Circulo Operário Leopoldense e Atos 29 para construir um calendário dos próximos encontros, locais das reuniões e temas a serem debatidos”.
O representante do Comitê Nacional destacou a importância do Comitê Municipal para efetivar a política para a polução de rua.
A representante da SAS construiu uma linha do tempo sobre a atuação da Secretaria após a enchente, seus desafios e avanços, até a Operação Resgate, que vem atuando de forma intersetorial com as demais secretarias do município. “Estas ações têm impulsionado a superação da rua para algumas pessoas, assim como a construção de uma relação de respeito a usuários e seus pertences, quando estes permanecem na rua, garantido os direitos humanos dessa população”, explica Jean Carodoso.
Os próximos passos serão a efetivação do CIAMP Pop Rua Municipal e a participação dos representantes eleitos na reunião do CIAMP Estadual no dia 16 de maio.
PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA NO RS
Segundo o MP, no Rio Grande do Sul conta com mais de 11,5 mil pessoas em situação de rua. São mais de 5 mil encontrada de modo sistemático e mais de 5 mil itinerantes. Crianças e adolescentes gira em torno de 400. São mais de 100 famílias na rua.