Ainda com efetivos atuando nas ações decorrentes da enchente provocada pela tragédia climática, o diretor da 3ª Delegacia Regional, delegado Eduardo Hartz, e o comandante do 25º BPM tenente coronel, Flori Chesani, relataram parte do que viveram no comando de suas tropas na maior tragédia climática do Brasil. Tudo o que é rotina para os agentes públicos de segurança inclusive as operações e estratégias planejadas detalhadamente por dias, ficaram de lado. “Nos quatro primeiros dias das tragédia, o foco foi salvar vidas dentro da água, nos telhados, nos prédio pilotando barcos”, disse o delegado Eduardo Hartz, no Berlinda News Entrevista desta quinta-feira (23), junto com o comandante do 25º BPM Flori Chesani.
“Momentos assim nos fazem admirar ainda mais quem está do nosso lado”
Policiais militares e civis fizeram salvamentos, segurança e rondas embarcados na Vicentina, São Miguel, Campina, Scharlau, Vila Brás, por exemplo. “Não somos preparados, qualificados para o uso do barco, mas ninguém pensou nisso porque o objetivo era o salvar os moradores. Mas entre os aprendizados que tivemos e ainda teremos dessa tragédia, uma já está concretizada. Temos um barco e a Draco vai comprar mais um. Mas nada supera o comprometimento dos policiais. Jamais duvidei da minha equipe, mas o que todos fizeram foi extraordinário. Tinha gente de férias, de licença paternidade como o delegado Airton, da Draco, e todos vieram. São momentos como esse que nos fazem admirar ainda mais quem está do nosso lado”, contou Eduardo Hartz.
“A nossa prioridade sempre é a vida”
Caso a vida em São Leopoldo e no RS seguisse a “normalidade”, contexto anterior a quatro (4) de maio, os dois comandantes estariam fora da cidade, em férias. “Era o planejado c0m bastante antecedência com viagem de família. Desde o dia dois (2), porém, já estávamos nos preparando para uma situação de chuva forte como era previsão meteorológica, mas nunca imaginamos que seria uma catástrofe. No sábado à noite, novamente, com as informações meteorológicas, decidimos deixar viaturas com os policiais do outro lado do rio, foi o que garantiu policiamento em toda a cidade”, contou Chesani acrescentando que 42 policiais foram atingidos e mesmo assim estavam trabalhando. “Nesse momento tínhamos que cuidar dos nossos colegas atingidos e a população. Até aquele dia nenhum policial militar havia feito trabalho no barco, mas agora já encomendamos um barco e faremos exercícios no rio. Minha grande preocupação era garantir a segurança nos abrigos e também dos voluntários que fizeram um trabalho extraordinário”, disse Chesani.
Planejamento entre as forças de segurança
Após o quarto dia, os comandantes se reuniram para planejar a logística para que não houvesse duas forças no mesmo local enquanto outros lugares ficariam descobertos. Cada força permanecia num abrigo e também no policiamento. O planejamento foi entre a Polícia Civil, BM, Guarda Civil Municipal, Força Nacional, Bombeiros.
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