A artesã Magda Henke mantém, há três anos, o Magborn Atelier, uma maternidade de bebês reborn no bairro Feitoria. Em entrevista ao Tá na Hora da Berlinda, Magda explicou que seu trabalho é alimentar a imaginação das crianças e reforçou que o reborn é arte realista, não substituto de filhos nem instrumento para exigir direitos de crianças de verdade.
Nasceu do sonho de criar arte para crianças
Magda conta que desde 2022 dedica seu atelier à produção de reborns em vinil e silicone. “Tudo começou como sonho de pintar um bebê realista. Com o tempo, percebi que essas bonecas despertam empatia nas crianças. Hoje, 90% dos meus clientes são pais que querem ver o filho cuidar de ‘filhinha de brinquedo’, entendendo a responsabilidade”, avalia.
Apesar de adultos se encantarem pelos detalhes e, por vezes, comprarem reborns como peça de decoração, Magda reforça o foco infantil. “As crianças escolhem seus reborns como escolhem um pet. Se identificam. Elas já acompanham na internet, decidem cor de olhos, expressão, e eu faço exatamente como querem. O resultado é uma boneca que traz aprendizado sobre cuidado”, aponta
Reborn como arte realista, não substituto de vida
Recentemente, o universo reborn ganhou polêmicas relacionadas a adultos tratarem as bonecas como crianças reais, exigindo políticas públicas que desse assistência a elas, como vagas em leitos de hospital ou preferência em atendimentos nos serviços públicos.
Magda foi enfática: “O bebê reborn é somente uma arte que imita o real. Ele não substitui a criança verdadeira. Quem produz ou adquire não tem interesse em enganar nem no prejuízo alheio. É lamentável ver quem critica querendo expor instintos que não considero legais.”
A artista destaca o realismo extremo de cada peça: “Pinto veias, marcas de vacina e expressões — mas tudo dentro do universo lúdico. O reborn apenas convida a criança a exercer empatia, criar narrativas e aprender sobre afeto”, destaca.
Técnicas, custos e exclusividade para pequenos
A artista leva em média de 30 a 40 dias para confeccionar uma boneca, que são feitas em vinil ou silicone, e que podem passar por uma técnica de pintura avançada: o epígrafo. Possuem corpo maleável, variam de peso para simular uma criança de verdade e possuem até sexo. “Inclusive alguns exemplares podem tomar mamadeira e fazem xixi”, informa.
Suas unidades custam em média R$ 1.800 e já vão com o enxoval completo e certidão de nascimento. Existem modelos mais avançados que podem ultrapassar o valor de R$ 5 mil. “É um investimento, mas para as famílias que desejam estimular responsabilidade e cuidado na infância, é uma obra de arte única”, ressalta Magda.