Mais um árbitro que apita jogos de futebol de campo, aos sábados à tarde, em São Leopoldo foi agredido. Foi a segunda agressão aos homens do apito em menos de um mês. Em protesto a mais essa violência contra a vida dos colaboradores da Associação Leopoldenses de Árbitros o novo presidente da entidade, Jorge Cândido, revolveu que nos próximos dois finais de semana, 2 e 9 de outubro, nenhum árbitro da ALA estará em campo nos gramados leopoldenses.
“Um dos nossos colaboradores está com suspeita de fratura no nariz. Deixou o campo sangrando no sábado (25) ao levar uma cabeçada de um atleta da Turma dos MAIS DEZ no jogo entre SAE, lá no campo do Guarani da Scharlau. É muito triste essa situação. Não podemos aceitar calados. É crime contra a vida do nosso pessoal. Sei que muitos times serão prejudicados novamente, afinal são quase 50 partidas. A gente mesmo deixa de ganhar um dinheiro que com certeza fará falta no final do mês, pois acrescenta na renda familiar. Mas precisamos fazer algo para punir esses agressores. Por enquanto uma das alternativas são as paralisações”, lamentou o presidente salientando ainda que a equipe mandante e que contrata a arbitragem é o SAE.
No final de agosto também um árbitro que apita jogos aos sábadose pertence a Associação foi vítima de agressão. Em protesto, a Associação paralisou apenas um final de semana. Nos dois casos foi registrado Boletim de Ocorrência na polícia. “Nossa orientação é essa, registrem o BO. As pessoas precisam ser responsáveis pelos seus atos. Isso vale para esses que estão dentro do campo”, disse o presidente.
Atletas foi expulso do time
Procurado pela reportagem da Berlinda, o presidente da Turma dos MAIS DEZ, Marcelo Alves, lamentou o ocorrido e informou que o atleta não pertence mais ao grupo. Foi suspenso imediatamente do time. “Primeiramente pedimos desculpa ao árbitro. Mandamos mensagem no domingo para o árbitro pedindo desculpas em nome de toda diretoria. Em 14 anos de história, é a primeira vez que isso ocorre. Não saímos de casa para isso. Nosso objetivo é o futebol, amizade e o respeito sempre. Queremos, eu e nossa diretoria, reforçar a nossa solidariedade e lamentar profundamente o ocorrido”, comentou que também afirmou que o árbitro deixou o gramado sem estar sangrando.
Agressor pode pegar de 3 meses a 12 anos de reclusão (cadeia)
A reportagem do site Berlinda também conversou com o advogado criminalista Magnus Viana, do escritório Magnus Viana Advogados Associados. Segundo ele, em casos como esses o agressor pode responder por lesão corporal e pegar de 3 meses a 12 anos de reclusão (cadeia). “O artigo 129 do Código Penal traz quatro tipos de lesão corporal: Leve, Grave, Gravíssima e Lesão Corporal Resultado Morte. Neste caso relatado, caso a pessoa tenha uma sequela temporária por mais de 30 dias, o agressor é enquadrado em Lesão Corporal Gravíssima e pode pegar até 5 anos de reclusão. Se a vítima tiver incapacidade de exercer sua atividade profissional, a pena aumenta mais ainda”, explica Magnus Viana.