O desfile dos grandes campeões, que ocorre na sexta-feira (01º/09) às 10h, é o ponto alto de celebração da qualidade dos animais da Expointer, mostrando os melhores da raça em bovinos, ovinos, equinos, caprinos e pequenos animais. Mas, para um animal chegar até ali e exibir uma roseta de grande campeão, o percurso é realmente muito mais complexo do que se imagina.
O caminho de um grande campeão inicia antes mesmo de ele nascer. “Tudo começa no acasalamento, quando pensamos no animal que queremos buscar. Após o nascimento, avaliamos e identificamos se o animal tem potencial ou não para vir para a Expointer”, conta o criador Cassio Miolo, da Cabanha Fortaleza do Seival, de Candiota. Sua borrega Miolo do Seival 1622 conquistou o grande campeonato entre as fêmeas de Texel, a raça com maior número de participantes entre os ovinos na edição deste ano.
Assim que os animais com maior potencial são selecionados, Cassio conduz sua preparação para a Expointer. “Eles recebem uma alimentação balanceada, com ração feita na propriedade. São alimentados três vezes por dia, de manhã, meio-dia e à noite, e ficam o dia inteiro soltos pastando, em piquetes mais fechados”, explica.
É uma estratégia também adotada pelo criador Juliano Kalil Gonçalves, da Cabanha Dom Amado, em Hulha Negra. Seu exemplar Amado 1811 conquistou o grande campeonato entre os machos da raça Texel este ano na Expointer. “Após o nascimento, os animais ficam com suas mães e, quando há o desmame dessa geração, com 120 dias de idade, selecionamos alguns que demonstram fenótipo e padrão racial destacado. Começamos a tratar com alimentação diferenciada, com pastagem e suplementação”, complementa.
Juliano (ajoelhado, na ponta esquerda) com o grande campeão entre os machos de Texel – Foto: Arco
Casqueamento
Porém, os cuidados de um grande campeão vão muito além da alimentação. “Fazemos o controle de casqueamento a cada 15 dias, para manter a linha de aprumos correta, para não ficar com patas tortas. Além, é claro, de toda a questão da sanidade, com a vermifugação e as vacinas necessárias”, enumera Cassio.
Como raça de carne, a tosquia de um Texel geralmente é feita apenas uma vez ao ano. “Para participar da Expointer, essas raças não podem estar com a lã acima de um centímetro, então ela foi tosquiada 20 dias antes de vir para Esteio”, informa Cassio.
Juliano destaca, também, que como são criados como animais de produção, soltos e sem muito contato com seres humanos, é preciso treiná-los para serem manejados durante grandes eventos como a Expointer. “São animais que criamos a campo e, para vir aqui, ele tem que ser amansado, se acostumar a ser conduzido pelo cabresto”.
Com os resultados acumulados pelos dois criadores, vencedores de múltiplos grandes campeonatos ao longo dos anos na Expointer, a rotina de preparação vem dando bons frutos.