Cerca de 30% da população leopoldense é superdotada intelectualmente, diz a especialista no assunto Michele Cousseau

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Você sabia que cerca de 30% dos leopoldenses são superdotados intelectualmente? No programa Berlinda em Focco desta quarta-feira (5), Michele Cousseau, Psicopedagoga e Educadora Inclusiva, secretária do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Mobilidade Reduzida e das Pessoas com Altas Habilidade/Superdotação (COMUDEPE) e membro da direção do Conselho Brasileiro para Superdotação (CONBRASD), explicou um pouco o tema.

Para reconhecer um superdotado é interessante analisar as características precoces do indivíduo e depois recorrer a um profissional, especializado na área, para que esse identifique a condição. Pode não parecer, mas pesquisas apontam que entre 10% e 30% da população de São Leopoldo é superdotada. Muitos associam essa parcela da população à grandes e renomados gênios, como oAlbert Einstein, mas esses representam uma parcela ainda mais específica, enquanto “os superdotados, em geral, estão morando nas nossas casas, convivendo conosco, na nossa família”. 

Os superdotados são uma importante fonte de inovação e renovação e, por isso, devem ser notados, inclusos e admirados.

Antes da psicopedagoga explanar a capacidade mental, que de prontidão afirma não ser um transtorno, ela conta um pouco sobre suas experiências passadas. Identificada aos 7 anos como superdotada, Cousseau revela que era uma criança precoce. Tal característica se faz presente em muitos durante a infância, mas não é significado de superdotação: “todo o superdotado é precoce, mas nem todo precoce é superdotado”, salienta Michelle. 

Aos 10 anos, Michelle diz que suas capacidades especiais podiam ser vistas em suas notas na escola, que eram sempre as mais altas. No entanto, seu diferencial no colégio foi razão para bullying. Motivada por isso, em um ato quase que inconsciente, a entrevistada conta que ocultou um tanto de sua inteligência na época, deixando-a de lado para dar mais foco às amizades. Tímida, mas comunicativa, Michele conseguiu se enturmar mais, porém teve uma pequena baixa em suas notas, que mesmo seguindo altas, nem sempre eram as máximas. Durante a faculdade, ela resgatou sua inteligência com vigor, tentando compreende-la melhor e, atualmente, ajudando os demais na mesma tarefa.

Graças a neurociência, hoje se sabe que o cérebro de um superdotado possui sinapses em maior quantidade e velocidade do que um cérebro comum. A psicopedagoga descreve uma situação para ilustrar o fato: “um jovem olha para uma equação que, para ser solucionada, é preciso a realização de diversos cálculos com fórmulas distintas. O jovem, superdotado, chega a resposta final da equação sem precisar recorrer a uma fórmula sequer. Ele nem consegue explicar como conseguiu tal proeza, uma vez que o processamento de seu cérebro foi rápido demais.”

PARECIDOS, MAS DIFERENTES

Michele fala também sobre a luta que existe para conscientizar a população sobre essa condição mental que muito se confunde com outros problemas, como o autismo. Em uma comparação, a entrevistada fala sobre a falta de atenção, característica que se faz presente tanto no TDH, quanto na superdotação. Contudo, no TDH essa falta de atenção se dá pela falta de neurotransmissores, enquanto no caso da superdotação existem neurotransmissores a mais.

Michele, que pode ser encontrada da Casa da Aprendizagem, através do 98173-7445, no centro de São Leopoldo, também falou mais.

Ouça abaixo a entrevista completa

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