POR SÔNIA BETTINELLI: No censo domiciliar a realidade é de homens e mulheres em calçadas e marquises 

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No meu trajeto diário de casa ao trabalho (três quadras) vejo diariamente pelo menos cinco pessoas dormindo ou  deitadas nas calçadas. Elas existem e são vistas por todos que andam pelas cidades, mas isso não significa nada, porque moradores de rua não são contadas no censo do IBGE. São os invisíveis que seguirão assim pelo menos nos próximos dez anos até a próxima operação censitária. Porém até lá algumas mudanças precisam acontecer, como por exemplo, incluir a contagem dessa  população que cresce mas não aparece nas estatísticas oficiais do IBGE. Não há como criar políticas públicas para invisíveis.

Recontagem

Nesse momento, gestores públicos estão indignados com os números divulgados no dia 28 de junho sobre o Censo 2022 por conta da perda de população que significa redução de repasses. Até ontem à noite, porém, não encontrei (e podem existir) gestores questionando o censo por não contar os moradores de rua. Tomara que ainda hoje tenha que fazer correção dizendo que a maioria dos municípios entrará na Justiça exigindo um censo que conte quem está morando nas ruas não por opção, mas por exclusão. Que prefeitos e suas entidades representativas como a Famurs e a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) peçam recontagem de todos os moradores do Brasil e não apenas de quem está em domicílios. O censo é domiciliar, a realidade é homens e mulheres em calçadas e marquises.

 

 

 

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