Estiagem e pesca predatória acende alerta de autoridades no Rio dos Sinos

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A bacia hidrográfica do Rio dos Sinos, que abrange 30 municípios da região, foi o tema central do debate da manhã desta segunda-feira, 10, no Berlinda News Entrevista. Estiveram presentes no estúdio o secretário municipal do Meio Ambiente, Anderson Etter, o biólogo Joel Dias e o fiscal do meio ambiente, João Chaves.
Os entrevistados trouxeram diversos temas relacionados a preservação hídrica do rio, especialmente os problemas causados pelo baixo nível da água, o acúmulo de lixo domiciliar em leitos, a captação de água por parte das concessionárias distribuidoras para os municípios no período de estiagem, além dos trabalhos socioeducativos que o Poder Público realiza na comunidade, buscando não somente a preservação do Rio dos Sinos, mas também o fortalecimento de uma cultura ambiental.

 

Preocupação com o nível do rio

O secretário Anderson destacou que a fiscalização se restringe a São Leopoldo, mas que a cidade trabalha de forma cooperativa com os demais municípios, na perspectiva de tratar a bacia como um todo. “Toda informação sobre a bacia é relevante para análise. E estas nunca se dão de forma pontual, pode ter diversos pontos de origem em outras cidades”, considerou. Dentro destas medidas em conjunto entre Poder Público, também estão aquelas relacionadas à iniciativa privada. O secretário informou que na manhã desta terça-feira, 11, será realizada uma reunião entre Semae, Corsan, Comusa e representantes do Governo do Estado, para reavaliar o acordo de estiagem, no que tange a captação da água do rio para as redes de distribuição dos municípios, além do uso dela para produções de arroz na região. “A legislação exige que a prioridade será do abastecimento urbano comunitário. Em uma situação de escassez como estamos observando nos últimos dias, é estabelecido que a população esteja assegurada do abastecimento”.

De acordo com o secretário, a pauta do encontro será o pedido de uma delimitação na captação dos recursos do rio, indicando o nível máximo de até 70 centímetros do leito em Campo Bom, 60 centímetros em Novo Hamburgo e 50 centímetros em São Leopoldo. Abaixo destes patamares, a captação é suspensa, tanto para as concessionárias quanto para os produtores.

 

Mortandade de peixes foi lembrada

Durante a última semana, quando o jornalista Juliano Palinha participou de uma expedição da secretaria no Rio, através de incursões a barco nos diversos leitos da cidade, se constatou que além do baixo nível causado pela estiagem, a morte de peixes voltou a chamar a atenção das autoridades municipais.
A situação remeteu ao grave caso de mortandade de peixes ocorrido em 2006, lembrado pelo próprio secretário. “Especialmente na foz do Arroio Sapucaia encontramos um volume expressivo de lixo domiciliar. E isso nos acende o alerta e remonta a 2006, quando ocorreu o maior desastre ambiental da história do Estado. E este acúmulo é um dos principais fatores”, sinalizou Anderson.

O fiscal do meio ambiente, João Chaves, ainda alertou sobre a pesca predatório do Rio dos Sinos em época de piracema. O período é considerado de defesa para a reprodução de peixes em todo o Brasil, compreendendo os dias 1º de novembro e 28 de fevereiro. Mas o fiscal alertou que a pesca não é vedada no rio. “Nós retiramos redes e procuramos orientar os pescadores, sejam aqueles que trabalham de maneira profissional ou os esporádicos. Porque é permitida a pesca com uma linha e um anzol, sem problemas. Só não pode a pesca com uso de redes neste período”, destacou.

A educação é o melhor caminho

Já o biológico Joel Dias enalteceu o conjunto de ações do Poder Público junto à sociedade, para não apenas reduzir o descarte inapropriado do lixo domiciliar nos leitos, mas também para criar uma cultura através de medidas socioeducativas. Entre os exemplos estão os ecopontos, a coleta seletiva e o trabalho sistemático de informação nos bairros e, especialmente, nas escolas da rede de ensino municipal. “O grau de entendimento é mais rápido entre as crianças. Usamos como exemplo as bocas de lobo próximas às escolas, sempre enaltecendo a eles que o lixo que é jogado ali, vai parar diretamente no oceano”, frisou.

Ouça abaixo a entrevista completa

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