Ministro Celso de Mello ordena que Bolsonaro preste depoimento presencialmente

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello rejeitou o pedido do presidente Jair Bolsonaro de prestar depoimento por escrito no inquérito que apura suposta interferência do presidente na Polícia Federal. Desta forma, Bolsonaro vai ter que depor à PF presencialmente.

Além da suposta interferência política, o presidente é investigado por denunciação caluniosa por parte do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro. O objetivo é descobrir se as acusações de Moro contra Bolsonaro são verdadeiras ou, então, se o ex-juiz da Lava Jato pode ter cometido crimes caso tenha mentido.

Reunião ministerial

A suposta interferência veio à tona após Moro citar trechos de uma reunião ministerial ocorrida no dia 22 de abril deste ano. Nela, Bolsonaro afirmou que tentou “trocar gente da segurança” no Rio de Janeiro para proteger a família.

“Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro, oficialmente, e não consegui! E isso acabou. Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final!”.

O vídeo foi divulgado por decisão de Celso de Mello e levantou desconfianças relacionadas ao senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente. Flávio já foi alvo de uma investigação sobre suposto enriquecimento ilícito.

Quanto ao comando da Polícia Federal, de fato, houve troca. No início de maio, Rolando Alexandre de Souza assumiu a diretoria-geral da PF. Posteriormente, Rolando designou Tácio Muzzi para a superintendência da corporação no Rio. As tentativas de mudanças levaram o ministro Sergio Moro a deixar o Ministério da Justiça.

O teor do vídeo e os depoimentos em curso são decisivos para a Procuradoria-Geral da República concluir se irá denunciar Bolsonaro por corrupção passiva privilegiada, obstrução de Justiça e advocacia administrativa por tentar interferir na autonomia da PF. Após apuração da corporação, a PGR avalia se haverá acusação contra Bolsonaro. Caso isso ocorra, esse pedido vai para a Câmara, que precisa autorizar sua continuidade, com voto de dois terços. Em caso de autorização, a denúncia vai ao STF — que, se aceitar a abertura de ação penal, leva ao afastamento automático do presidente por 180 dias, até uma solução sobre a condenação ou não do investigado.

 

Fonte: Folha Press

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