Prefeito de Sapucaia do Sul fala sobre a retirada de árvores da Estrada do Horto e projeto de diques para a região

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No Berlinda Entrevista desta segunda-feira, 23, Juliano Palinha e Sônia Bettinelli conversaram com o prefeito de Sapucaia, Volmir Rodrigues – “O Gordo”, sobre o corte de árvores previsto na Estrada do Horto, na divisa com São Leopoldo, que vem oferecendo risco a motoristas e moradores.

Além disso, também, comentou sobre o projeto de diques que as prefeituras da região tem alinhavado, que se opõe ao projeto de cercamento que o Governo do Estado deseja implementar entre as cidades de Nova Santa Rita e Novo Hamburgo, medidas para prevenção e contenção de enchentes.

Retirada da árvores do Horto

Essa medida envolve uma parceria entre a Defesa Civil e as secretarias de Meio Ambiente de Sapucaia e São Leopoldo. O prefeito leopoldense Heliomar Franco também foi convidado, mas não pôde comparecer devido à agenda.

O tema foi reacendido após um grave acidente na estrada, na última quinta-feira (19), quando uma árvore caiu sobre um GM Prisma, matando o motorista Mauro Perfeito da Silva, 72 anos, no local. “Moro em Sapucaia desde os 5 anos e resido aqui há 53. Este é o segundo caso dessa natureza na estrada. Na década de 1990, um eucalipto caiu sobre um Del Rey, também causando óbito. Agora perdemos o Mauro, presidente municipal do Podemos e muito conhecido na comunidade”, destacou o prefeito.

Imediatamente, a Prefeitura de Sapucaia solicitou autorização à Secretaria Estadual para intervir em área de responsabilidade do Estado – antiga Fundação Zoobotânica do RS (FZB). Formou-se então uma equipe conjunta com São Leopoldo, envolvendo Defesa Civil, secretarias de Meio Ambiente e Corpo de Bombeiros. Técnicos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente também acompanharam o trabalho.

“Detectamos 3 árvores com alto risco de queda e cortamos essas e a raiz da que causou o acidente. Seguiremos agora de forma mais criteriosa com a SEMPA/RS para identificar e remover outras que ofereçam risco”, informa.

Sem desmatamento indiscriminado

O prefeito tranquilizou moradores quanto a temores de desmatamento: “Não faremos um grande desmatamento. Extrairemos apenas árvores com risco iminente de queda, preservando a vida das pessoas.”

Os procedimentos ocorreram sexta e sábado, através de uma empresa terceirizada especializada em árvores de grande porte. Desde o início de junho, Sapucaia recebeu 273 mm de chuva, tornando o solo mais úmido e favorecendo quedas de árvores cujas raízes já se apodreciam. Muitas ultrapassam 25 metros de altura.

Estrutura da Defesa Civil reforçada após as enchentes

Volmir Rodrigues, que também foi prefeito durante a maior enchente da história do RS em 2024, detalhou o fortalecimento da Defesa Civil de Sapucaia. “Quando assumi, havia um Fiat Uno velho, um caminhão de bombeiros com defeito e um barco a remo. Hoje temos 800 m² de sede, sistemas de monitoramento meteorológico, 12 profissionais, dois caminhões novos e três barcos a motor. Somos uma das Defesa Civis mais bem estruturadas do RS.”

Ele ressaltou que desassoreamento de arroios em Sapucaia, Esteio e São Leopoldo praticamente eliminou históricos alagamentos na Olaria e que a manutenção das tubulações na Fortuna atendeu antigas demandas. Atualmente, apenas 4 adultos e 8 crianças estão abrigados por causa das chuvas na cidade, contra milhares afetados em 2024.

Projeto de diques em contraponto ao Estado

Sobre o repasse de R$ 6 bilhões do Estado para obras de enfrentamento às enchentes, Gordo explicou que Sapucaia do Sul tem projeto próprio – construído pela engenharia municipal – prevendo diques entre Sapucaia e Esteio. “O modelo do Estado prejudica as regiões da Fortuna e Carioca, podendo inundar Sapucaia e Esteio. Trabalhamos com o Ministério Público para rever esse projeto desatualizado (2014–2017), sem considerar os impactos de 2024”, assegura.

De acordo com ele, esta obra está em fase de licenciamento ambiental junto à FEPAM e não teve a aprovação dos município. “Dentro do projeto técnico do Estado não prevê diversas áreas que têm moradores nesse momento, ou seja, eles não conhecem devidamente a nossa área e isso pode nos trazer riscos. Se trata de um estudo iniciado em 2014 e desatualizado, sem os impactos que as enchentes trouxeram em 2024”, aponta.

Por fim, Gordo lamentou críticas de que a região “não aprendeu com as enchentes”. Ele aponta: “Eu fico muito triste com isso, pois tivemos avanços significativos, ações que seriam feitas em 20 anos. Nossa região foi criada à beira desses rios e arroios. Então há muito a ser feito ainda, mas o que foi feito pós-enchentes de 2024 foi significativo”.

Acompanhe o Berlinda Entrevista na íntegra:

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