SL dá início ao 6º Seminário de Enfrentamento às Violências contra Crianças e Adolescentes

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Está ocorrendo na manhã desta segunda-feira (12) a abertura do 6º Seminário Municipal de Enfrentamento às Violências contra Crianças e Adolescentes, no auditório do Colégio São Luiz. O evento é aberto ao público e a data está ligada ao Maio Laranja que foi instituído a partir do dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Entre diversas autoridades no assunto que farão parte da mesa, estarão também dois jovens: Breno Oliveira e Carol Ribeiro que já participam do Fórum Municipal dos Adolescentes e fazem o podcast do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente – Proame/Cedeca – de São Leopoldo.

Antes do início do seminários, eles conversaram ao vivo com o jornalista Juliano Palinha para o programa Tá na Hora. “é bom ver que a nossa luta está tendo um bom resultado e estamos tendo nosso espaço de fala respeitado”, afirmou Breno. Já Carol, ressaltou a importância de cada vez mais discutir sobre o tema. “É de de extrema importância estarmos presentes nesses eventos para falar sobre nossos direitos, porque assim como eu não sabia antes de participar, muitos também ainda não sabem.”

Carol Ribeiro e Brno Oliveira

Entre os palestrantes que dividem a mesa com esses jovens estão a promotora Mara Cristiane Beck Pedro e o cientista social José Carlos Sturza. “Esse é assunto é muito caro e necessário nesse cenário atual. É muito importante que a gente possa fortalecer a rede para garantir a proteção e também adotar providências e acreditar na criança”, afirmou a promotora.

Já o professor Sturza lembrou a importância do papel das escolas. “A infrequência escolar normalmente é um sintoma que se a gente chega cedo com uma escuta adequada, a gente consegue evitar que se torne uma violência maior ou que se perpetue.”

Também estiveram presentes no primeiro dia do seminário Sara Cristina Kilpp Fernandes, representando o prefeito  Heliomar Franco, a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Maristel Brasil Pereira, a coordenadora do Comitê Municipal de Enfrentamento às Violências contra Criança e Adolescente, Gabriele Paludo e Karolina Konze, representando os Conselheiros Tutelares de São Leopoldo.

Professor Sturzar e a Promotora Mara Pedro

Filhicídio

O termo filicídio é novo no uso diário, mas a questão envolvendo essa palavra, infelizmente, é antiga. Filhicídio é quando ocorre o assassinato de uma criança pelo pai ou pela mãe. De acordo a presidente do Comitê de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes, Graziela  Paludo, e a diretora do PROAME/Cedeca, Micheli Duarte, o principal motivo que tem levado ao filicídio é atingir o parceiro em função de divórcio e separação.

“No momento que se tem violência doméstica, se mete a colher sim, porque se tiver crianças, elas acabam sofrendo de alguma forma. Por isso, é um mês que a gente tenta intensificar, não só falar com os adultos, mas também com as crianças e os adolescentes para eles saberem como se proteger e poderem denunciar de forma confortável”, declarou Graziela.

presidente do Comitê de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes, Graziela  Paludo

Ainda este mês, os Conselhos Tutelar de São Leopoldo devem divulgar o levantamento de dados relacionados ao tema, mas durante o programa, o conselheiro Gabriel de Oliveira, informou que só no primeiro trimestre deste ano, o Conselho Tutelar do Centro realizou mais de 420 atendimento e 35 denúncias pelo DISQUE 100, o telefone por onde as pessoas podem fazer denúncias anônimas.

“Falar sobre isso é importante sempre, mas no mês de maio a gente acaba convocando as pessoas com mais força. E é preciso lembrar que enquanto houver criança sofrendo violência, temos que falar. Se calar é deixar as crianças sofrendo. Depende muito de nós para que essas crianças não sofram”, ressaltou Micheli.

Micheli Duarte, diretora do Proame/Cedeca

Números assustadores

Conforme a organização Maio Laranja, a cada uma hora, três crianças sofrem abuso no país e cerca de 50% delas têm entre 1 e 5 anos.

A organização também estima que 500 mil crianças e adolescentes são explorados sexualmente todos os anos no Brasil, mas apenas 7,5% desses casos chegam a ser denunciados às autoridades.  De acordo com uma pesquisa feita pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), em 2022, foram feitas 62.091 notificações sobre violência contra crianças e jovens, sendo que dessas, mais de 45 mil tinham como vítima pessoas com menos de 19 anos de idade.

Números alarmantes que levam o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente – Proame/Cedeca – de São Leopoldo, a realizar o 6º Seminário Municipal de Enfrentamento às Violências. “O mês de maio trabalha a violência sexual contra crianças e adolescente, mas São Leopoldo tem a semana de enfrentamento às violências contra as crianças, porque são muitos os tipos de violência que ocorrem”, explicou Jaira Garske, assistente social do Proame/Cedeca.

Jaira Garske do Proame/Cedeca

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