“Se a empresa não cumprir o contrato, vamos notificá-los, multá-los e, se necessário, rescindir”, afirma diretor do Semae sobre obras no Cristo Rei

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Moradores do bairro Cristo Rei se reuniram na manhã desta sexta-feira (7) para cobrar providências quanto às condições das ruas, que estão deterioradas devido a uma obra do Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae). A intervenção teve início em outubro do ano passado, ainda na gestão anterior da autarquia, e desde então vem causando transtornos à comunidade.

Falta de aviso e planejamento

Os moradores reclamam que não houve qualquer aviso prévio sobre o início das obras. Ariane, uma das residentes afetadas, critica a falta de organização.

“Estamos passando por obras do Semae aqui no bairro desde outubro, e já começou errado, sem aviso. Abriram ruas, destruíram calçadas, há casas sem acesso. Desde então, vivemos um verdadeiro caos. Parece uma zona de guerra. Nosso bairro está irreconhecível. Se precisam fazer a obra, tudo bem, mas é preciso planejamento, um cronograma, avisar as pessoas. Terminou uma rua? Revitaliza essa rua. O bairro precisa ser revitalizado, está destruído.”

Falhas na execução

Milton de Freitas, outro morador, reforça as críticas e relata que, na semana passada, o diretor-geral do Semae, Gabriel Dias, esteve no local e prometeu melhorias nos acabamentos da obra, que, segundo ele, são o principal problema. No entanto, os resultados ainda não apareceram.

“O Gabriel esteve aqui, disse que teve uma reunião com a empreiteira e que eles fariam uma revitalização, melhorariam o serviço que estava sendo feito. Mas vieram, fizeram uma meia-sola e continua o mesmo problema. O paralelepípedo que colocam começa a se soltar. Já teve morador com o radiador do carro estourado, e eles continuam abrindo ruas sem fechar, sem dar acabamento. Agora pegaram a parte asfaltada e estão transformando em um queijo suíço.”

Semae reconhece problemas e promete solução

Na manhã de hoje, Gabriel Dias voltou ao bairro e conversou com os moradores. Em entrevista ao programa “Tá Na Hora”, da rádio Berlinda, ele admitiu as falhas no acabamento e informou que a empresa responsável já foi notificada.

“Eu vim falar com os moradores porque o combinado era que notificaríamos a empresa, e isso já foi feito. Eles precisam começar os acabamentos, pois esse é o grande problema da obra. O que já foi feito ficou muito feio, ruim. Inclusive, não deixamos eles iniciarem novos trechos antes de concluírem os reparos necessários. Eles começam esses acabamentos hoje.”

O diretor ressaltou que, apesar das reclamações, a gestão anterior do Semae não havia notificado a empresa responsável pela obra e enfatizou a necessidade de seguir os ritos legais para garantir a qualidade do serviço e os direitos dos moradores.

“Não estou aqui para defender a empresa, porque a obra realmente está ruim. Por isso, levei o presidente da associação dos moradores para uma reunião com os diretores da empresa no meu gabinete. Mas não é passando por cima dos processos ou atropelando juridicamente que vamos resolver. Também quero que isso se resolva amanhã, mas não será tão rápido. Podemos nos iludir achando que colocar fogo na rua vai resolver, ou podemos seguir o caminho legal, que é o que já estamos fazendo. Se a empresa não cumprir o que está previsto no contrato, vamos notificá-los, multá-los e, se necessário, rescindir o contrato. Determinei que até quarta-feira não seja aberto nenhum novo buraco até que os já existentes sejam fechados. Amanhã, estarei em Brasília, no Ministério das Cidades, para discutir esse contrato e buscar formas de acelerar essa obra.”

Moradores seguem mobilizados

Essa não foi a primeira mobilização da comunidade. Em novembro do ano passado, cerca de 70 moradores participaram de uma reunião no Centro de Espiritualidade Cristo Rei (CECREI) para discutir os impactos da obra. Na ocasião, as principais queixas eram a falta de explicação, fiscalização e responsabilidade com o direito público. Para os moradores, o maior problema continua sendo a ausência de planejamento.

Enquanto aguardam soluções, os moradores seguem pressionando o Semae para que a obra seja concluída com qualidade e sem mais prejuízos para a comunidade.

OUÇA ABAIXO A ENTREVISTA DO LOCAL

 

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