Levei um susto quando cheguei no Centro de Saúde da Feitoria na terça-feira (28), final do dia, para ser atendido após a mordida que levei durante uma live (está tudo bem comigo). Lá encontro o inspetor do programa Ronda Escolar, da Guarda Civil Municipal (GCM) de São Leopoldo, Marcelo Rodrigues, agora ex-inspetor. Uma referência para alunos, professores, pessoas da educação e claro, para nós da imprensa. Com a mudança de governo e comando na GCM, Rodrigues foi para a segurança do Centro de Saúde.
Do trânsito para UBS
Ontem, quando voltei ao Centro de Saúde da Feitoria para fazer as vacinas contra raiva, por causa da tal mordida, outra surpresa. O agente Tomaz, encarregado de operador na sala do Cecom (despachante), passando as ocorrências para as equipes de viatura e atendimento no rádio (ele ainda segue na atividade), também está lá.
E os vínculos?
Não é só na GCM. Há mudanças em outras secretarias. No Semae, mais quatro servidores com cargo de chefias perderam espaço. É a popular dança das cadeiras dos servidores públicos concursados. O colega que era “chefe” passa ser subordinado. Não é regra para todos, mas ocorre quando o Servidor Público expõe sua posição política ou vira militante. Está tudo certo, são escolhas. Mas qual o tamanho deste prejuízo à população? E os vínculos? Os conhecimentos técnicos do cargo, da função?
Cedências
Tem também servidores bem longe da sua matrícula de concurso. Longe até de sua profissão. Isso não quer dizer que não estejam desempenhando bem a “nova função”. Tem no Semae e várias outras autarquias. No Centenário, por exemplo, o novo presidente expôs isso e falou ao vivo na Berlinda que quer todos de volta.
Risco
Sempre é bom lembrar, não se governa uma cidade sem os servidores públicos. Precisa ter muita habilidade a lidar com eles. É igual um time de futebol. Se o treinador perder o vestiário já era.
Derrota pessoal
O episódio que resultou na saída do ex-prefeito de Ivoti, Martin Kaklmann (PP) do primeiro escalão da Prefeitura de São Leopoldo, empossado como titular da Saúde, de certa forma não pode ser atribuída ao prefeito Heliomar Franco, embora o ok das indicações seja dele. Nesse caso específico, e derrota pessoal de Martim Kaklmann com a bancada do seu partido na Câmara de Vereadores de Ivoti. Dos nove (9) vereadores, cinco (5) são do PP, dois do Podemos e dois do Republicanos. Quem se manifestou na sessão (vídeo abaixo) foi Volnei Gross, do Republicanos. Ninguém saiu em defesa do ex-prefeito, sequer houve questionamento quando Volnei disse: “Esse projeto tem nome Martin Kaklmann”.
Em tese
Não sei ou não sabia nada da política de Ivoti, mas confesso que esse episódio me deixou curiosa porque não é todo dia que um colega de partido da maioria da Câmara perde dessa forma, sem contar que se trata do ex-prefeito do PP dos últimos oito (8) anos e que fez sucessor. Vi e revi o vídeo muitas vezes nas últimas semanas e arrisco dizer que o vereador Volnei pode ter sido o mensageiro dos demais colegas.
Sem articulação
Acredito que exista um articulador entre Executivo e Legislativo de Ivoti que poderia ter orientado o prefeito ou o próprio Martin Kaklmann que seria melhor construir um diálogo no plenário antes de enviar o projeto.
Sempre a saúde
O reflexo da mudança no comando da Saúde de São Leopoldo não é nada positivo. Troca de secretário em menos de 30 dias de um governo que foi eleito porque criticava constantemente o modelo de gestão da pasta e prometeu mudança e melhorias. Pelo menos nesse momento o foco será encontrar alguém que preencha os critérios que o prefeito Heliomar Franco (PL) quer para implementar seu projeto de governo para a pasta.
Colaborou: Sônia Bettinelli