Fechado desde maio, quando foi severamente atingido pelas enchentes que invadiram São Leopoldo, o Centro Medianeira Núcleo Campina ainda não conseguiu retomar suas atividades. Esta não é a primeira vez que a instituição sofre com desastres naturais; em junho de 2023, um ciclone extratropical trouxe água e destruição para o local, destacando a vulnerabilidade da infraestrutura da região a eventos climáticos extremos.
Diante da possibilidade de novas tragédias climáticas, a administração do Centro Medianeira tem trabalhado para reforçar a estrutura física da instituição. Valmir Tarciso Pizutti, presidente do centro, detalhou as medidas de prevenção que estão sendo adotadas para minimizar danos em futuros alagamentos. “Estamos reconstruindo as paredes com materiais mais resistentes, como tijolos, e refazendo toda a estrutura elétrica que foi perdida. As portas de MDF, que incharam e foram danificadas, serão substituídas por portas de PVC, que são mais duráveis em caso de enchentes. Algumas estruturas serão reconstruídas com ferro, sempre com o objetivo de minimizar perdas em futuras enchentes”, explicou Pizutti.
A diretora da instituição, Renata Rodrigues, destacou que o custo elevado dos materiais necessários para as adaptações é uma barreira significativa. “Estamos fazendo o possível para arrecadar doações de mobiliário feito de materiais mais resistentes, como aço e PVC, devido ao custo mais elevado de reconstrução após a enchente. Nossa prioridade é retomar os atendimentos o mais rápido possível, e estamos abertos a receber doações de madeira ou MDF, mesmo sabendo do risco de perda em novas inundações. Nosso objetivo é voltar o quanto antes. Eu estimo que seja em outubro. Mas isso depende muito de recursos financeiros e doações”, afirmou Rodrigues. Ela ressaltou que o foco da instituição está na reconstrução e recuperação das atividades do Centro Medianeira Núcleo Campina.
O Centro Medianeira é uma organização social sem fins lucrativos que, há 66 anos, oferece apoio a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social e atende diretamente 350 pessoas e indiretamente mais de 1.500, visto que a média de cada núcleo familiar é 5 pessoas. Através de oficinas sociais, esportivas, culturais e profissionalizantes, a instituição também proporciona duas refeições por turno, além de atendimento psicossocial, nutricional e pediátrico gratuito para seus educandos.