“O trabalho infantil que ninguém vê” é a campanha lançada neste 12 de junho Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil para reconhecer o trabalho infantil como uma grave violação de direitos humanos e uma forma de violência a crianças e a adolescentes. Em São Leopoldo, um dos serviços na proteção das crianças e adolescentes é o Programa de Apoio a Meninos e Meninas/Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Proame/Cedeca, uma Organização da Sociedade Civil (OSC) não governamental, constituída em março de 1988 como um projeto vinculado ao Departamento de Ação Social da Comunidade Evangélica de São Leopoldo (IECLB). No Berlinda News Entrevista desta quarta-feira (12), Jaira Garske e Sabrine Bueno, respectivamente assistente social e assessora administrativa e financeira do Proame, falaram sobre o trabalho na cidade.
Números
“Nosso trabalho não é guiado sobre números, mas com a realidade. Os números parecem baixos mas nisso precisamos destacar a falta de atualização e as subnotificações. Número baixo pode gerar um a certa satisfação que não tem relação com a realidade. Se uma criança estiver na situação de exploração de trabalho infantil é grave e precisa ser denunciado e solucionado”, Sabrine Bueno
Muitas vertentes
“Ao invés de tratar sobre o que é exploração do trabalho infantil vamos trabalhar onde é o lugar da criança? é na escola, no lazer, em espaços seguros. A primeira infância, a adolescência é o momento de estudar, brincar. Eu trabalhava aos 8 anos der idade e as pessoas dizem mas tu não morreu. Sim, mas hoje uso parte do meu salário para terapia porque eu não vivi a infância. É sobre isso que falamos”, Jaira Garske
Desemprego
“Agora, por conta da catástrofe climática e ambiental, o desemprego dos adultos vai refletir na vida das crianças e adolescentes porque existe o contexto familiar. E cada vez mais adolescentes a partir dos 12 anos, por exemplo, nos dizem que querem trabalhar para ajudar em casa e para ter seu próprio recurso para comprar um boné, um tênis, um eletrônico. E tudo isso exige ainda mais cuidado para que não ocorra a exploração do trabalho infantil. O adolescente diz que tem força física, mas nós sabemos que vai muito além da força física , precisa ter estrutura e entendimento do empregador”, Jaira Garnske.
Sobre o Proame
Micheli Duarte é a atual diretora do Proame. As principais formas de atuação do Proame são: educação social, oficinas socioeducativas, círculos de construção de paz, mobilização comunitária, prevenção, acompanhamento sociofamiliar, articulação e mobilização, pesquisa e produção teórica, capacitação de agentes sociais, denúncia de violações de direitos, assessoramento técnico e político, além da articulação com as demais linhas de ação da política de atendimento.
A missão é garantir o direito à convivência familiar e comunitária de crianças e adolescentes através de processos educativos e participativos, propondo e mediando políticas sociais por meio de ações articuladas em redes.
Sobre a campanha “O trabalho infantil que ninguém vê”
Realizada pelo Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), Justiça do Trabalho, Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Organização Internacional do Trabalho (OIT) a campanha ilustra diversas atividades realizadas por crianças e adolescentes, enquadradas na Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (Lista TIP), como o trabalho nas ruas, em confecções, a venda de bebidas alcóolicas, os serviços domésticos e o trabalho rural, que serve, alimenta, veste e beneficia aqueles que fazem uso desses serviços, sem enxergar a violação de direitos que está na base dos serviços prestados.