Quando os petistas de São Leopoldo se reunirem para a autocrítica da campanha e da derrota para o PL do Delegado Heliomar Franco, prefeito eleito no domingo (6), deve ser uma conversa longa porque a pauta será extensa incluindo os 10.585 mil votos a menos do delegado Heliomar. Não estaria totalmente errado colocar parte desses votos na conta de candidatos da coligação, como do PDT, por exemplo, no velho esquema de garantir o voto para vereador sem tentar convencer para o voto de prefeito. Mas esse não é o melhor caminho. Segundo o cientista político e professor da Feevale, Everton Santos, são duas eleições diferentes: majoritária para prefeito e a proporcional dos vereadores que é paroquial. “O voto para vereador não é linear com a candidatura a prefeito”.
A derrota não começa e nem se encerra na campanha 2024. A prévia de 21 de janeiro revelou a disputa interna das correntes que passou do ponto e virou munição para os adversários até hoje. Aquela máxima “os petistas brigam internamente mas depois se abraçam para lutar” nasceu na mesma época que o PT e a esquerda davam show de mobilização, de ir pra rua com as campanhas e lutas vestindo vermelho com orgulho e não abusando da cartela de cores para disfarçar o PT raiz. Não adiantou, o termo comunista jamais será descolado.
O processo que o PT de São Leopoldo está vivendo é o mesmo do PT e da esquerda nacional. Estacionaram no modo analógico assistindo o avanço do centro direita e direita extrema nas redes sociais. Segundo cientistas político e sociólogos que tratam desse assunto após o resultado da eleição, a proposta de debates e reflexões a relação trabalho e sociedade, o estudo acadêmico não atraem mais especialmente os jovens que buscam algo mais rápido, moderno e próspero. No final de semana, antes da eleição, uma fonte já dizia que o partido precisa tratar do contexto atual também no aspecto geracional.
A esperança do PT do prefeito Vanazzi é a bancada, a maior eleita até hoje, que estará na Câmara de Vereadores a partir de janeiro. Karina Camillo, Fábio Bernardo, Anderson Etter e Ricardo Luz qualificam o debate no plenário, o que é muito bom para a cidade, e representam temas fundamentais como a educação, moradia, meio ambiente a desigualdade social.