A história das primas Eliane Borges e Regina Aparecida Lima da Silva, se encaixa perfeitamente na pauta de sábado à tarde na EST, que foi a colheita de sementes para trocar com os participantes que estarão no IX Congresso Latino-Americano de Gênero e Religião, que vai acontecer em agosto. Regina e Eliane são frutos da semente lançada pelas religiosas Missionárias de Cristo Ressuscitado, em 2007, em São Leopoldo, para gerar renda para mulheres chefes de família, promover o empoderamento feminino e cuidar do meio ambiente. Assim nasceu o que hoje é a Cooperativa Mundo Mais Limpo, com nove mulheres cooperativadas, que produzem sabão, produto para limpeza pesada e velas aromáticas tendo como matéria-prima o óleo de cozinha usado.
Dezoito anos depois, Eliane e Regina participam do evento preparatório do IX Congresso como representantes das nove (9) cooperativadas. Elas tem espaço e voz muito além da fabricação dos produtos na cooperativa localizada na Rua Padre Reus, junto ao Mato Padre Reus e atrás do Santuário Sagrado Coração de Jesus. Elas (cooperativadas) representam milhares de mulheres, de Sônia, Marias, Teresas, que estão na luta para serem ouvidas, respeitadas e livres para ocupar o lugar que quiserem.
Eliane me contou com muito orgulho e alegria que sua filha Josiane Borges, hoje enfermeira numa residência/clínica para idosos, cursou enfermagem na Feevale. “Ela tinha o Prouni (programa Universidade para Todos) na Feevale e o lanche e o transporte ela pagou com o trabalho na cooperativa e lha que naquela época a gente tirava menos da metade de um salário mínimo. O lanche ela dividia com a amiga. Valeu muito a pena e hoje nosso lucro é melhor. Cada uma de nós garante no mínimo um salário mínimo”.
Regina define o trabalho da cooperativa Mundo Mais Limpo como “amor da atitude, amor no cuidado da terra e garantindo nosso sustento. Saber que o óleo que seria prejuízo na natureza é transformado no sabão e também transforma a vida da gente. Sou muito feliz fazendo isso”.
A Cooperativa Mundo Mais Limpo funciona das 9 às 17 horas, de segunda à sexta-feira. O óleo é recolhido pelas cooperativadas e também entregue no local. Parte dos produtos é vendido em diferentes locais, como farmácias de manipulação, restaurantes naturais em São Leopoldo e também em Porto Alegre, feiras e eventos da Economia Solidária.
Eliane adora fazer fotos de detalhes. Durante a trilha de sábado “captou”muitas imagens. Confira:
