Desde fevereiro o pró-reitor de pesquisa, pós-graduação e extensão da Universidade Feevale e membro da Sociedade Brasileira de Virologia, Fernando Spilki demonstrava preocupação com o crescimento dos casos de gripe aviária H5N1. No programa Berlinda News do dia 4 de fevereiro ele dizia que o vírus havia avançado nos Estados Unidos e já apresenta mutações que facilitam sua adaptação aos seres humanos. “O vírus vinha se disseminando de forma intensa no final do ano passado e foi identificado até mesmo em amostras de esgoto, o que indica circulação entre pessoas. Essas mutações podem ser o estopim de uma nova pandemia.”
Hoje, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), confirmou o primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma granja de matrizes de frango em Montenegro (RS).
A partir dai a preocupação é a transmissão. Spilki diz que o risco maior é entre pessoas que tiveram contatos com as aves. “Nesse momento o risco está relacionado ao contato direto e muito próximo com aves infectaddas nos locais onde o vírus foi detectado”.
O virologista explica que os sintomas são semelhantes a outras gripes e ainda não há vacinas. “A doença tem tido relatos variados, desde sintomas mais brandos até mais fortes. O importante é em caso de doença respiratória buscar auxílio médico e diagnóstico. Para este vírus em específico já há vacinas em preparação, mas ainda não disponível. Importante estar com o calendário em dia pra evitar outras doenças respiratórias”, alerta.
Por enquanto não há evidências de transmissão continuada entre humanos, diz Spilki.
CRIADORES DE PÁSSAROS
Outra alerta do professor é para criadores de pássaros silvestres. “Importante as pessoas estarem atentas à biossegurança, evitar que suas criações tenham contato com outras aves. O maior cuidado tem de ser de pessoas que tenham galinhas ou patos, marrecos e cisnes”.