Em Roraima, Lula visita hospital e casa de apoio à saúde indígena; 99 crianças yanomani morreram em 2022

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Boa Vista neste sábado (21) para anunciar medidas para enfrentar a crise sanitária na Saúde Yanomami, principalmente frente aos casos de desnutrição grave entre crianças na reserva indígena, que é maior do país.

Lula chegou às 9h49 Base Aérea de Boa Vista. A grave situação de desassistência na saúde Yanomami fez com que o Ministério da Saúde declarasse emergência de saúde pública na noite dessa sexta-feira (20).

Da Base, ele e a comitiva de ministros – incluindo Saúde e Povos Indígenas, foram para a Casa de Saúde Indígena (Casai) Yanomami, na zona Rural de Boa Vista, onde foi recepcionado por indígenas que entoaram cantos ao vê-lo. Além disso, alguns seguram cartazes com pedidos de ajuda, como “Vidas indígenas importam” e “fora garimpo”.

O secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, também integra a comitiva. Tabeba já afirmou ao g1 que o combate à desnutrição e malária entre os Yanomami é prioridade.

No Twitter, ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que a situação na reserva Yanomami, maior do Brasil é grave.

“A situação é grave em território Yanomami. O Ministério da Saúde registrou 3 óbitos de crianças entre 24 e 27/12 e 11.530 casos de malária no último ano. Diante disso, embarcamos para Roraima, em comitiva com o presidente Lula e a ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara”, publicou ela.

Técnicos do Ministério foram enviados para a Terra Indígena e, em quatro dias, resgataram ao menos oito crianças Yanomami em estado grave, com quadros severos de desnutrição e malária. Os servidores entraram na reserva na segunda-feira (16), em missão oficial para elaborar o diagnóstico da situação.

Somente em 2022, 99 crianças Yanomami morreram devido ao avanço do garimpo ilegal na região. As vítimas foram crianças entre um a 4 anos. As causas da morte são, na maioria, por desnutrição, pneumonia e diarreia.

Além da calamidade na saúde, também foi criado o Comitê de Coordenação Nacional, para discutir e adotar medidas em articulação entre os poderes para prestar atendimento a essa população. O plano de ação deve ser apresentado no prazo de quarenta e cinco dias, e o comitê trabalhará por 90 dias, prazo que pode ser prorrogado.

A avaliação feita pelos integrantes o governo é que a situação sanitária no território caminha para uma “crise humanitária” – devido ao aumento de casos de desnutrição em crianças e ao avanço do garimpo ilegal na região.

Por Agência Brasil/G1

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