“É o amor de alguém”, Gisa Paim, a mulher que acolhe os familiares no Hospital Centenário

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Há 33 anos ela lida com o sofrimento, a tristeza e a dor de quem aguarda notícias sobre o familiar internado no Hospital Centenário. “Enxergo o paciente como o amor de alguém, seja da  mãe, do pai, do filho e esse alguém está vivendo o momento mais angustiante. A espera da notícia sobre a saúde”.  Essa é a definição da técnica de enfermagem, Gisa Paim, 53 anos de idade, sobre sua função de  acolhimento aos familiares, convidada de hoje (7) no Berlinda News Entrevista, especial sobre mulheres.

Dividindo seu tempo entre a emergência e a ouvidoria, Gisa informa o familiar sobre protocolos dentro do hospital, intermedia notícias entre a equipe e o familiar, recebo e entrego roupas dos pacientes. “Procuro dar uma palavra que acalme, informe e tranquilize o familiar. E quando a notícia não é a melhor possível, também busco uma forma de dizer sem aumentar o sofrimento”, diz Gisa.

Familiar alterado 

“Quando o familiar está muito nervoso, alterado, falando alto chego e começo dizendo que gritando não conseguirá nada. Que farei o possível para buscar informação e que a equipe está fazendo o melhor para seu familiar. Na maioria das vezes funciona e a pessoa me agradece.”

Saúde emocional

“Meu dia a dia é lidar com situações complexas, mas não posso levar isso para minha casa, para minha vida. Aprendi a lidar isso fazendo o melhor que posso para cada situação. Não acho que o familiar está irritado, enchendo o saco. Penso sempre que está agindo com uma situação difícil. Sou uma pessoa que adora falar, rir, ser feliz e por isso consigo o equilíbrio necessário, a minha saúde emocional.”

Defensora do Centenário e do SUS

“O trabalho feito no Centenário é muito bom. Fico triste quando vejo as pessoas falando mal sem saber o que é feito lá dentro, pelos profissionais. Fazemos o melhor possível. E quando colocam o partido político  no meio, fico ainda mais triste. Vou completar 34 anos de Centenário no dia 7 de abril, e sempre trabalhei da mesma forma independente de quem seja o prefeito ou presidente do hospital. E assim como eu os demais profissionais também trabalham”.

Sobre aposentadoria

“Já tenho tempo de contribuição para minha aposentadoria, mas por enquanto sigo trabalhando, fazendo o que eu amo que é conversar, acolher e ajudar as pessoas nesse momento de fragilidade. Mas simultaneamente vou incentivando os novos profissionais dizendo que um dia irei sair, mas os familiares seguirão precisando de acolhimento.”

Ouça o programa completo

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