A partir de hoje, 8 de junho, a professora da rede municipal de São Leopoldo, Fabiana de Souza Santos Dalsotto, que integra o quadro da escola Paul Harris, estará oficialmente entre as pessoas que fazem a história do RS, cada uma com seus talentos. Fabiana é a autora do poema “Terra Miscigenada”, no livro em homenagem ao Cinquentenário do 20 de Novembro, que será lançado às 16 horas de hoje, no Memorial do Rio Grande do Sul (Margs), em Porto Alegre. Em outubro a obra literária também será lançada na Feira do Livro de Porto Alegre.
Conforme o diretor da escola Paul Harris, Ademir Miguel Auler, Fabiana é professora do 5° ano, trabalha há quatro anos na escola e está na rede municipal há 14 anos. O primeiro reconhecimento do trabalho é na própria escola. “É uma professora extremamente comprometida com o processo de ensino e aprendizagem dos seus alunos. Acolhedora e afetiva, pensa nas diferenças e contribui de forma significativa com as atividades diversificadas que propõe”, define a Supervisora dos Anos Iniciais, Ana Paula Lopes de Souza.
O que diz a professora Fabiana
“Participar deste projeto está sendo muito gratificante, pois estou compartilhando um pouco da minha história e ressaltando a importância do respeito à diversidade étnica-cultural. Trazer a participação dos negros na formação da nossa nação nos faz refletir sobre ações, atitudes e legados que a história começa a retratar e valorizar“.
Poema
Terra Miscigenada
De uma terra bem distante
vieram pessoas tratadas
de forma cruel e sigilosa,
Por que não imigrantes?
Os interesses culturais
omite a diversidade social
de maneira desonrosa,
marcando a história relevante
trazendo aos tempos atuais
momentos de realidade e reflexão:
Hábitos, costumes e muita prosa
O negro no sul do país,
o trabalho braçal no anonimato
por motivo ou liderança racial,
marca sua importância
na construção de possibilidades,
trilhando decência e virtudes
Com amor pela estância.
Pessoa cuida de pessoa…
Dias de respeito e esperança
almeja o povo gaúcho.
À procura de igualdade
entre as diversas etnias
dessa terra tão fértil.
Deixa-se a tristeza para
Aquela época das capitanias.
Povo crioulo, bugre, mestiço,
Mulato do Rio Grande do Sul
A Cidade de Rio Pardo
Carrega na lembrança
Os motivos dessa trajetória
De força e labor
Trazendo às nossas mesas
O que transforma e dá sabor
“Pão de cada dia”
Desde os tempos
Daquele tratado de Tordesilhas.
A engrenagem humana
que fez e faz parte
merece reconhecimento e tolerância
O cinquentenário da
Consciência negra indica caminhos
Possíveis para a evolução.
Talvez pensar que a pele
tem suas peculiaridades
Mas, que jamais sirva de barreira
Para viver em sociedade.
Fabiana de Sousa Santos Dalsott