POR CÍNTIA MACIEL: Ler é abrir uma janela para o infinito!

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Desde muito cedo tomei gosto pela leitura!
Guardo na memória uma cena que me marcou positivamente: Meu pai, sentado em frente à nossa casa, tomando seu chimarrão e deleitando-se nas aventuras de faroeste.

Os livros, em sua maioria, de capa dura, traziam essas narrativas e, curiosamente, eu tentava decifrá-las, porém não sabia ler.

Mas me bastava tocar, segurar, folhear cada livro… Era a minha maneira de ler.

Ficava encantada com o que os meus olhos viam e a admiração pelo meu pai aumentava ainda mais.

Eu sempre soube que ele não havia concluído os estudos quando menino, porque a necessidade da época o obrigou a trabalhar e ajudar nas despesas de sua família.

Entretanto, nada o afastou do hábito de ler. E vale registrar aqui: ele tem “ficha” na Biblioteca Pública Municipal e de lá, muitas e muitas vezes, vieram histórias encantadoras e personagens/autores extraordinários passear em nossa casa.

Esse hábito é cultivado até hoje. Ele lê e lê muito.

Além deste exemplo, cito mais um: uma professora de Literatura, na minha época do ensino médio. Sua paixão por leitura/Literatura me fascinou. Fascinou a ponto de escolher minha profissão: ser professora.

Ela não poupava adjetivos para falar sobre as personagens literárias e o modo como seus enredos eram tramados.

Dali em diante, fui me deixando envolver pelas histórias contadas pela professora.

Então, como proposta avaliativa, ela nos sugeriu a leitura de “O tempo e o vento “.

Iniciei a leitura para cumprir a tarefa, até que me percebi “envolvida” naquele “mundo novo” apresentado por Érico Veríssimo.

Eu lia o tempo todo, tamanha era a minha admiração pela história e pelas personagens, como Bibiana Terra, Rodrigo Cambará, Ana Terra, entre outras da família Terra-Cambará.).

E nesse mergulho no passado do Rio Grande do Sul e do Brasil em busca das raízes do presente, amor, guerra, mortes, nascimento, festas, e claro, o vento, se tornam personagens dessa grande façanha.

E, por assim dizer, fiquei, literalmente, “presa” nessa belíssima obra.

Ao chegar na sala de aula e comentar com a professora que, ao ler um determinado trecho, eu pude sentir o cheiro “de carne podre” dos cadáveres que ficam jogados no casarão, na pequena Santa Fé, ela me olhou maravilhada, tocou no meu ombro e disse:
– Agora aprendestes a ler literatura!
Nessa hora tive certeza do que eu queria para a minha vida: lecionar!

Hoje, quando me pego “olhando para trás”, vejo aquela imagem do meu pai lendo suas aventuras de faroeste e sinto a mão da professora a tocar o meu ombro.

Ler é isso: resgatar o passado e nos impulsionar para o futuro.

Ainda completo dizendo que ler é dar exemplo, é ser exemplo. Tive exemplos importantes e que contribuíram para a minha formação humana e acadêmica.

Ler é abrir uma janela para o infinito!

 

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