A maior derrota das jogadoras do Atletico Por Fi Ga (Aldeia Caingangue) não foi o placar na quadra, no jogo de hoje (3), em mais uma rodada da Copa Ary Moura de Futsal Feminino.
Após a estreia na quinta-feira, com vitória no placar, aplausos no ginásio Celso Morbach e pela transmissão ao vivo no facebook, da Berlinda, o tribunal da internet julgou e humilhou as jogadoras que estão usando um fardamento alugado, porque o fardamento da equipe de 2015 não tem mais condições de ser usado, contou o preparador físico Bruno.
Para treinar, as atletas fazem bolos e outros lanches para vender nas casas, e com o dinheiro pagar a quadra. Aí alguém vai dizer: Qual é o problema Sônia? Quanta gente faz bolo, vende para pagar os estudos, comprar alguma coisa, ajudar em casa, ou seja, todas as raças e etnias fazem isso.
Concordo e lamento profundamente que algumas poucas pessoas usaram a rede social para humilhar a equipe pelo fardamento, uniforme e postaram em perfis que as jogadoras tem acesso. Pura maldade de quem se apegou a um detalhe para passar uma mensagem mais ou menos assim: O que essas indígenas pensam que são para fazer parte dessa sociedade?
As jogadoras choraram, num canto do ginásio enquanto consoladas pela equipe técnica e os maridos que acompanham os jogos. Isso tudo longe da quadra para não chamar atenção, mas graças a Deus alguém estranhou tanta conversa e foi até lá para dizer que elas são a alegria da copa, que devem seguir jogando.
Atletas, comissão técnica e famílias saíram do ginásio consoladas e presenteadas porque uma pessoa que acompanha todos os jogos ficou de doar um fardamento para a equipe.
Outras pessoas também estão em contato com a Berlinda querendo emprestar uniformes para equipe Por Fi Gá.