Esse será o primeiro ano após a pandemia que as aulas começarão de forma presencial e mais próximas da normalidade. Por isso, a procura por material escolar já começou ou pelo menos as pesquisas. E esse é o conselho dado aos pais e responsáveis pela Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (Abfiae).
Conforme a Associação é preciso ficar atento aos valores, já que o preço do mesmo produto pode variar de 15% a 30% por loja. Um levantamento realizado pela reportagem do Berlinda News pelas principais papelarias da área central mostra que um item pode custar até cinco vezes mais. Uma cola de bastão, por exemplo, custa R$ 4,00 em um estabelecimento e a poucos metros, chega a custar R$ 20,00 em outra loja. Uma diferença e tanto para os bolsos.
Por isso que a técnica em enfermagem, Marília da Rosa Pereira, 38 anos, decidiu “investir um tempo”, como ela mesma disse, para não perder financeiramente. “Decidi aproveitar o dia de folga para fazer uma pesquisa e aproveitar alguma promoção boa, caso eu encontre. Porque os preços estão muito altos, na verdade tudo está muito caro, então acho melhor caminhar um pouco e investir um tempo que gastar mais que o necessário comprando todo o material em apenas uma loja”, contou ela que estava verificando os preços para que o filho, Luiz Felipe Pereira, 8 anos, inicie o 3º ano do Ensino Fundamental. “Ele ficou na avó. Não trouxe junto porque complica.”
Já Cátia Romanelli tem outra tática: “Vou comprar somente o necessário. A mochila e o estojo estão bons, então não vou comprar. Por causa da pandemia, sobraram alguns cadernos que ou ela não usou ou usou pouco, então dá para reaproveitar, também. Com isso eu acredito que vou conseguir economizar cerca de 30%. Vou aproveitar para trocar o uniforme dela, porque crescem de um ano para o outro e precisa”, explicou ela, mãe da Nathália, 12 anos que colabora com as finanças da família.
“Ela, ainda bem, não se incomoda. Ela inclusive prefere levar lanche que comprar na escola, o que ajuda também a economizar, além de ser bom para a saúde dela também.”
Outro item com uma grande diferença de valores encontrado pela reportagem foi mochila que pode ser adquirida por R$ 200,oo dependendo da marca, por R$ 59,99 com estampa de personagens ou até mesmo por R$ 27,00.
Caderno universitário também é um dos produtos que o valor mais varia até dentro de um mesmo estabelecimento. Em uma papelaria na Rua Independência, por exemplo, o consumidor pode escolher gastar R$ 14,99; R$ 9,99; ou R$ 7,99 por um caderno universitário.
Incentivo ao comércio local
Material escolar, porém, não se resume apenas a esses itens. Dependendo da escola, ainda tem uniforme e também os livros didáticos que acabam sendo os que mais pesam. Tanto que, para garantir valores menores, muitos pais estão preferindo comprar os livros diretamente com as editoras. Essa tática pode até ser vantajosa para as famílias, mas prejudica a economia do comércio local.
“Nós até vendemos livros didáticos, mas atualmente nossa comercialização está focada na literatura mesmo, porque as editoras estão se atravessando e vendendo direto para os pais, então está complicado”, ressaltou o proprietário da Livraria Noble, Omar Fiorini.
Veja abaixo algumas dicas para economizar na compra do material escolar este ano:
- Foque no necessário. Para isso, é bom ter em mãos uma lista do que precisa comprar;
- Pesquise! Não compre tudo na mesma loja por ser mais cômodo;
- Reaproveite material do ano anterior. Canetas e lápis que ainda funcionam não precisam ser trocadas;
- Kit Material Escolar. Alguns estabelecimentos estão vendendo kits prontos com os itens mais usados. Verifique os valores e faça as contas. Pode valer a pena;
- Troque ou compre livros usados. Entre nos grupos de pais nas redes sociais e procure saber se alguém está disponível para fazer esta negociação;
- Forme grupos de compra. Reúna pais para comprar por atacado. O preço sai mais em conta para todos;
- Deixe as crianças em casa para que elas não influenciem nas compras;
- Dispense as marcas famosas e priorize a função do item;
- Negocie descontos à vista caso a loja não tenha esta opção;
- Divida os gastos. Veja com a escola o que é prioritário e o que será usado nos primeiros meses para não comprar tudo de uma vez.