Para que os animais de diferentes raças possam participar da Expointer, precisam passar por um rigoroso controle feito por servidores do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDA/Seapi).
O comissário-geral da Expointer, Pablo Charão, conta que o processo de admissão inicia no Portão 8, no desembarcadouro, com a chegada dos animais. “Uma equipe do DDA faz a conferência da documentação, das Guias de Trânsito Animal (GTAs), exames, vacinas. Se tudo estiver em ordem, eles passam por exames clínicos, para averiguar se não possuem sintomas de doenças infectocontagiosas, se estão livres de ectoparasitas para poderem ingressar no Parque. O Serviço Veterinário Oficial então chancela que esses animais estão sadios para participar do evento”, explica.
Depois, de acordo com Charão, os animais vão para suas respectivas baias. Em um segundo momento, passam pelo julgamento de admissão zootécnica, onde são conferidas suas características. “Os técnicos fazem a medição de peso, altura, espessura de gordura, largura de carcaça, entre outras, para ver se estão corretamente enquadrados nas respectivas categorias para as quais concorrerão. Esse trabalho é feito uma equipe do DDA e por técnicos das associações de raças”, esclarece.

“Os profissionais conferem se os animais estão com seus registros em dia, se possuem características genéticas compatíveis com suas raças, se não têm nenhum defeito genético que comprometa a sua função reprodutiva, uma vez que estamos em uma feira de reprodutores”, acrescenta o comissário-geral. “A ideia é fazê-los disseminar sua genética pelos rebanhos do Rio Grande do Sul. Então, qualquer problema que exista com o animal neste momento, ele é cortado do julgamento. Ele pode permanecer no Parque, mas não vai participar de provas de julgamento, porque não está conforme o regramento que a raça determina”.
Charão comenta ainda que existe uma competição extraoficial pelo animal mais pesado da Expointer. “Ele deve ser conhecido até este domingo (25/8) na parte da tarde. Nos últimos anos têm ganhado o título touros da raça Limousin. Mas já ganharam outros como bovinos da raça Charolês ou Angus”, adianta.
“O terceiro momento é o julgamento em si, quando os jurados fazem a avaliação morfológica dos animais, do seu fenótipo, comparativa com um padrão da raça. Então ele vai pontuando esse animal. Os melhores pontuados serão os selecionados pelos jurados para serem o grande campeão, ou a grande campeã da feira”, acrescenta Charão.
Segundo o comissário-geral, esse processo de julgamento é construído com as associações de raças de acordo com os padrões existentes. “E os jurados são notórios conhecedores das características das raças”, pontua. “Se houver empate na pontuação, as medidas tomadas no julgamento de admissão zootécnica se tornam um diferencial na escolha”.
Tratamento dos animais durante a feira
Charão conta que os tratadores de todas as raças cuidam do bem-estar dos animais, para que fiquem bem aconchegados em suas baias ou locais de descanso. “Mas, embora sejam acostumados com exposições, a presença de muito público pode estressá-los. Por isso, os tratadores então sempre trabalhando para mantê-los calmos”.

Como é o caso da médica veterinária e tratadora da cooperativa agropecuária Cotribá, Tauane Dutra. Ela cuida de sete vacas e seis novilhas, das raças Jersey e Holandesa, de produtores de Montenegro, Carlos Barbosa e Serafina Corrêa. “A gente tranca a passagem entre as baias, para que os as pessoas não importunem o gado leiteiro. Normalmente esses animais são calmos, é próprio das raças deles. Mas durante a Expointer podem se estressar com o público”, especifica.
Conforme Tauane, as vacas holandesas adultas pesam em torno de 950 quilos, enquanto as terneiras cerca de 450 quilos. Já as vacas Jersey podem chegar a pesar 650 quilos as adultas e 250 quilos as terneiras.
“Aqui na Expointer elas comem de quatro em quatro horas, ração, silagem, e polpa cítrica. A ordenha ocorre todos os dias. As terneiras tomam água em horários específicos”, esclarece a tratadora. “E tomam banho diariamente, lá pelas três ou quatro horas da manhã. A não ser quando vão se apresentar nas pistas de julgamento, aí os banhos são reduzidos. Os rabos também são escovados todos os dias”, destaca a tratadora.
Entre os bovinos de leite inscritos na Expointer, 143 são da raça Holandesa, 125 da Jersey, 75 da Gir Leiteiro e 18 da raça Girolando.