A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nas últimas semanas aumentos de até 36% nas contas de energia. Os motivos para os reajustes foram uma combinação de fatores, que vão desde custos financeiros herdados do ano passado ao aumento de preços de energia e encargos.
De acordo com informações publicadas neste sábado (17) pelo jornal O Estado de S.Paulo, dez dos 26 processos analisados de julho a dezembro de 2021 resultaram em aumentos de dois dígitos, sendo o maior deles de 16,45%, da Enel Goiás. Neste ano, 16 reajustes alcançaram os dois dígitos, dos quais dez ficaram acima de 20%.
O maior efeito médio para os consumidores foi o da Equatorial Amapá, com reajuste médio de 36,08% aprovado na última terça-feira (13) pela diretoria da agência reguladora.
A Frente de Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica apresentará ao próximo governo uma proposta para transferir os subsídios bilionários do setor, atualmente concentrados na conta de luz, para o caixa do Tesouro Nacional.
O diretor de Regulação da TR Soluções, Helder Sousa, afirma que o diferimento do ano passado evitou um aumento de 21,5% para a concessionária. A alta então homologada pela Aneel foi de 4,8%. “Assim, para o evento agora de 2022 a retirada deste financeiro negativo impacta na percepção de aumento de custo para o consumidor de mesma intensidade”, disse Sousa.
Segundo ele, o aumento deste ano poderia ser ainda maior se não tivesse sido concedido o empréstimo da Conta Escassez Hídrica, socorro financeiro aprovado no ano passado para as distribuidoras cobrirem o forte impacto do aumento de custos com despachos termoelétricos (quando o operador do sistema determina que uma térmica gere energia elétrica).