O processo seletivo para a eleição do Conselho Tutelar (CT) de São Leopoldo começou com 58 candidatos e só 21 foram aprovados. Nesta edição estão os concorrentes às 10 vagas de titular, cinco para cada região do CT. Por ordem de número e nome na urna a população pode conferir dados básicos de cada um, formação, quem busca a reeleição, quem são novos candidatos e resumidamente a experiência em atividades ou regiões na defesa dos direitos da criança e do adolescente. É recomendado votar em cinco números para que o novo colegiado, cujo mandato será 2024/2027, a partir de 10 de janeiro do próximo ano. A colinha com os número é fundamental para votar em quem realmente o eleitor entende capaz do trabalho. A eleição seguirá o mesmo modelo das eleições partidárias, ou seja, documento com foto e confirmar com antecedência em qual local está a respectiva seção, que é a mesma dos outros pleitos. É voto facultativo para evitar a violação das crianças.
Karolina Konzen – Nº 101
Formada em Gestão Comercial, cursando Administração, foi estagiária por um ano e meio no Conselho Tutelar (CT), simultaneamente faz voluntariado com entidades que atendem crianças e adolescentes como espaço de convivência, principalmente no Centro Medianeira. Concorre pela primeira vez com a proposta de proteger crianças e adolescentes e aproximar o CT da comunidade. Aposta na informação direta para que as pessoas saibam a função do CT que não se resume a violência doméstica, maus tratos. Atende as famílias em vulnerabilidade que muitas vezes desconhecem seus direitos e benefícios. Em relação à escuta de crianças destaca a atividade lúdica como uma estratégica para que a criança confie e verbalize o que vive diariamente muitas vezes despercebido pelos adultos.
Tenente Pedro – Nº 102
Formado em História, policial militar da Brigada Militar da reserva, 64 anos, morador do bairro Vicentina, liderança comunitária na Associação de Moradores e no Conselho de Desenvolvimento da Comunidade (CDC), concorre pela primeira vez ao Conselho Tutelar (CT) para que os direitos da criança e do adolescente sejam cumpridos e respeitados pela sociedade. O desejo de atuar no CT é uma realização pessoal e legado de sua mãe que fazia assistência social na relação com a comunidade onde vivia, na beira do Rio do Sinos, na Vicentina. O candidato cresceu vendo a preocupação de sua mãe que reunia as mulheres e ensinava a fazer pão com produtos doados e a costurar, também com retalhos doados. O mais importante era as crianças juntos de suas mães no turno inverso da escola, ou seja, em segurança e proteção.
Silvana Kaizer – Nº 103
Pastora, 44 anos, casada, dois filhos, junto com o marido, também pastor, há mais de 20 anos presta atendimento às famílias que enfrentam todo tipo de dificuldade e buscam na igreja ajuda material, espiritual e como espaço de escuta. Silvana destaca que o atendimento não pode ser só com a criança e o adolescente. Para que a criança realmente fique em segurança é preciso atender a família porque muitas vezes o casal está enfrentando dificuldades no relacionamento e a primeira solução é a separação. Para Silvana, muitos filhos sofrem calados porque falta diálogo e tolerância entre os pais que não buscam reestruturar a família. Como conselheira diz que além do atendimento e acolhimento na igreja, pode encaminhar a família para os serviços da rede.
Cândido Machado – Nº 104
Formado em Teologia, 42 anos, casado, um filho, morador do bairro Santos Dumont, microempreendedor no setor de transporte, concorre pela primeira vez ao Conselho Tutelar (CT). Em vídeos nas redes sociais, Cândido aborda a função do Conselho Tutelar (CT) falando sobre qual a função, quando deve ser acionado e destacando seu compromisso e comprometimento na defesa dos direitos da criança e do adolescente. Objetivo é que a comunidade compreenda e enxergue o CT como um órgão de proteção e garantia de direitos desfazendo a imagem de punição para as crianças e adolescentes e para as próprias famílias quando na realidade vai acolher, ouvir e fazer os encaminhamentos necessários para uma série serviços públicos básicos.
Liane Mendonça – Nº 105
Formada em serviço Social, professora de educação infantil, casada, um filho, está no quinto mandato de conselheira, atual coordenadora do CT da Zona Norte descreve o trabalho na defesa da criança e do adolescente como uma inovação diária, inclusive nos casos de reincidência. Outro destaque é sobre a repetição de casos entre as gerações da mesma família.Liane atendeu adolescentes que hoje são pais e repetem a história. A decisão de concorrer pela primeira vez ao CT surgiu ao encontrar com um aluno da educação infantil, quando era professora do projeto a Turma do Sopão, faltando aula. Já conselheira, o reencontrou aos 16 anos, quando foi chamada na Delegacia para encaminhá-lo ao acolhimento institucional por conta de infrações.
Dione Cristiane – Nº 106
Professora de educação infantil por oito (8) anos e formada em Serviço Social, Dione trabalha com assistência social desde 2005, mas ao integrar o departamento da criança e do adolescente, da Secretaria de Assistência Social, conheceu intensamente o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a prevenção, a proteção e as medidas socioeducativas. O passo seguinte foi atuar como primeira secretária do CT da zona Norte, função que é a porta entrada das famílias que precisam de todo o tipo de ajuda para que os direitos de seus filhos parem de ser violados. Concorreu ao CT e foi eleita, agora busca a reeleição porque acredita na importância de um órgão legitimado para garantir o acesso aos serviços da rede para toda a família. Dione diz que não se imagina fazendo outra coisa que não seja nessa área.
Lori – Nº 107
Formada em Serviço Social traz na sua história de vida a solidariedade que a tornou uma liderança na Vila Brás, lugar escolhido pela família assim que chegou de Santa Rosa. A primeira experiência com crianças em vulnerabilidade foi na Pastoral da Criança cuidando especialmente com bebês desnutridos que recebiam alimento preparado pelas reliogiosas da diocese de Novo Hamburgo. Também integra a Pastoral da Juventude que seus dois filhos frequentam. Concorreu pela primeira vez ao Conselho Tutelar indicada pela Associação de Moradores da Brás para que as políticas públicas chegassem no território. Antes de chegar ao Conselho atuou na secretaria de Assistência Social.
Adriano Maicá – Nº 108
Estudante de Direito, educador social, casado, dois filhos, dez anos de trabalho social e comunitário principalmente na Aldeia, onde mora. Diz que a garantia dos direitos da criança e do adolescentes começa quando a comunidade sabe o que é o Conselho Tutelar (CT) quando pode ser acionado pela família. Quer desmistificar a imagem de punição, infelizmente conceito que vem das próprias famílias quando usam o nome do conselheiro para dar limite aos filhos. Sua infância e adolescência foi na escola e projetos sociais. Decidiu concorrer pela primeira vez com a proposta de trabalhar a prevenção e evitar a evasão escolar dos adolescentes, que hoje, parecem desistimulados a dar continuidade ao estudo.
Amanda Backes Homem – Nº 109
Formada em Gestão Ambiental, 31 anos, pós graduada em Saúde Pública e acadêmica de Serviço Social, moradora da Campina, foi conselheira em 2016 a 2019. Seu compromisso é a garantia dos direitos da criança e do adolescente. Trabalha na Secretaria Municipal de Direitos Humanos como coordeadora administrativa nos cinco conselhos: Promoção e Igualdade Racial; dos Povos Tradicionais de Matriz Africana; das Juventudes; Direitos Humanos; a Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Mobilidade Reduzida e das Pessoas com Altas Habilidades/Superdotacão. Também trabalhou na Fundação de Proteção Especial do Estado e integrou o grupo da juventude da igreja católica.
Marry – Nº 110
Formada em Pedagogia, educadora social, 55 anos, casada, mãe, avó concorre pela primeira vez ao Conselho Tutelar (CT), após ter voltado a estudar aos 44 anos de idade porque na infância, aos nove (9) anos de idade, deixou de frequentar a escola para cuidar dos irmãos mais novos e trabalhar para ajudar a mãe a sustentar a casa. Eram 14 filhos, porém cinco (5) foram adotados pela total falta de condições materiais. Sua prioridade no CT é manter e reforçar o vínculo familiar para que nenhuma criança e adolescente tenha que ser afastada de casa temporariamente ou em definitivo, a não ser como única alternativa. Sua experiência com crianças é em ações na comunidade e na escola onde estudou e depois fez o estágio.
Gabriel de Oliveira – Nº 111
Estudante de Serviço Social, casado, uma filha, morador do bairro Feitoria/Cohab, se apresenta no material de campanha como conservador dos princípios familiares, éticos e morais. Concorre pela primeira vez ao Conselho Tutelar (CT) trazendo a experiência do trabalho com crianças e adolescentes pelo voluntariado do Instituto Semear uma associação de pais cristãos e pessoas que trabalham voluntariamente para diversas causas como garantia dos direitos da criança e do adolescente. Também faz voluntariado na Fundação Casa Aberta e na Associação Educacional Beneficente Pão e Vida através da igreja.
Alexandre Silva – Nº 112
Formado em Direito com graduação em Ciências Humanas e Teológicas, atual coordenador do Conselho Tutelar (CT) Centro, busca a reeleição. Tem 47 anos, morador do Arroio da Manteiga há 35 anos, casado e pai de duas filhas, em 2002 ingressou em um grupo da igreja para trabalhar com crianças e adolescentes em vulnerabilidade. Inicialmente o grupo atuava no bairro, porém depois o grupo aumentou a abrangência. Como conselheiro adota o acolhimento, sem julgar, como faz a igreja quando a maior parte da sociedade se afasta. Busca a reeleição por acreditar que o trabalho do CT, do colegiado e da rede é o único espaço que muita gente tem para acessar os serviços da rede que pode e deve ser ainda mais abrangente, eficaz e ágil.
Patricia Giacomini – Nº 113
Graduada em administração, 45 anos, casada, uma filha, está no terceiro mandato como conselheira sempre atuando no CT da zona Norte. Patrícia despertou para o trabalho social e comunitário pela igreja, na Vicentina, com atendimento às famílias do encaminhamento para um serviço público ao acolhimento e escuta legado que levou para o CT. Sobre as violações destaca que infelizmente ocorrem em todas as regiões da cidade com vítimas de todas as classes sociais, porque o objetivo é proteção de todas as crianças e adolescentes. Para que a medida seja a melhor, mais justa o caminho é o colegiado com olhares diferentes para o mesmo caso.
Leticia Klaus – Nº 114
Formada em Pedagogia, professora de educação infantil e fundamental. Antes disso, construiu a carreira profissional trabalhando na indústria calçadista, área administrativa e comercial. Foi como empresária no setor de alimentação que começou a enxergar a vulnerabilidade por meio dos moradores de situação de rua, que diariamente entregava marmitas no final do expediente. O passo seguinte foi cursar pedagogia.Na escola atendia diariamente famílias buscando ajuda para alimentação, roupas e encaminhamento para os serviços públicos que fugia da competência da escola. Já no Conselho Tutelar (CT), existe a legislação que legitima o encaminhamento e acompanhamento dos serviços e atendimentos principalmente para que as crianças tenham direito a uma infância digna sem violações.
Mano Astral – Anderson – Nº 115
Músico, produtor cultural, servidor do Estado, ativista social, estudantes de Direito. Há mais de 20 anos, junto com a esposa Cris Rodrigues, fundou a Sociedade Beneficente da FOOX ( O ILÊ) que promove atividades sociais, culturais e educativas nas comunidades de periferia, escolas e entidades de assistência social. Pela primeira vez disputará uma das 10 vagas para conselheiro tutelar determinado a levar representatividade para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e que carecem de proteção e escuta. Mano Astral defende representatividade com olhar, escuta e dar voz para quem não tem seus direitos garantidos pela sociedade.
Marcelo Costa – Nº 116
Pela segunda vez Marcelo Costa concorre ao Conselho Tutelar (CT) priorizando, além da garantia dos direitos, políticas públicas e projetos que ofereçam espaço para que os adolescentes sejam inseridos e possam fazer a escolha de profissão. Cita o Projeto Pescar, que conheceu em 1996 como monitor, para ajudar outros jovens a ter a mesma oportunidade que teve. Se eleito, pretende desenvolver projetos de prevenção com escola, família e com a equipe diretiva por meio de um diálogo de maior aproximação. Assim como na educação, Marcelo defende que o diálogo entre conselheiro e a rede deve ir além das reuniões para discussão de relatórios. Precisa ser em outros momentos independente de relatório, uma aproximação.
Leila Lopes – Nº 117
Educadora social, 40 anos, casada, mãe de duas crianças, estudantes de Gestão Pública é voluntária na Fundação Casa Aberta e na casa Clara Francisco. Atuou por mais de duas décadas na E.B.I Infantil e na escola Pequenos Gideões, escolas bíblicas. Trabalhou com crianças nas escolas Batatinha, Estação da Criança, Escola Municipal de Educação Infantil Amor Perfeito, no bairro Rio Branco. Idealizadora do projeto Amor Incondicional. Em 2009 foi secretária da Associação de Moradores do bairro São Cristóvão quando foi criado o projeto Ponto de Leitura com apoio da comunidade, governos federal e municipal. Para que o CT garanta os direitos, Leila defende a parceria com a rede de serviços públicos e com o colegiado.
Mateus Lesina – Nº 118
Secretário escolar há oito (8) anos, cursou Direito para conhecer ainda mais os direitos da criança e do adolescente, causa que atua há muitos anos. Durante a pandemia trabalhou com adolescentes abrigados institucionalmente o que o motivou ainda mais a concorrer ao Conselho Tutelar (CT) para fazer prevenção, evitar a necessidade do abrigamento, situação descrita por ele como difícil pela distância da família. O espaço de escuta para os adolescentes em cumprimento de infração mostra que são vistos, que não estão sozinhos e podem mudar para melhor. Como secretário escolar vive diariamente o trabalho do CT e da escola para garantir os direitos dentro e fora da casa, por isso define que CT é um braço da família para proteger e não um órgão punitivo.
João Lucas – Nº 119
Estudante de Gestão da Saúde, morador do bairro Feitoria onde coordena escolinhas de futebol para crianças e adolescentes, integra futebol adulto da comunidade e faz trabalho social também com a terceira idade. Decidiu concorrer para contribuir com as crianças e adolescentes na defesa dos direitos e buscando outras atividades como a cultura, por exemplo. Sobre evasão escolar pretende atuar com direções das escolas do bairro onde estudou para que adolescentes não abandonem a escola antes de concluir o ensino médio. Se eleito, pretende trabalhar como conselheiro em parceria com a comunidade, especialmente da Feitoria, atendendo os chamados com transparência.
Adeli Fernandes – Nº 120
Formada em Serviço Social, 55 anos, mãe de Rafael e Caroline, concorreu no CT em 2004 quando os conselheiros eram escolhidos pelas entidades ligadas ao Comdedica e não pelo voto direto, ficando na suplência. A experiência com trabalho para garantir direitos começou com a própria história quando foi mãe aos 17 anos de um menino com necessidades múltiplas. Precisou buscar os serviços para o filho, inclusive em Porto Alegre, por conta própria ou com ajuda de amigos, porque não havia a rede de serviços. Foi eleita em 2007 já com voto da população e reeleita em 2010. Retornou como suplente e desde abril deste ano substitui os colegas de férias. Adeli destaca a capacitação dos conselheiros como essencial para que o trabalho alcance os objetivos de proteger crianças e adolescentes.
Karen Rocha – Nº 121
Assistente Social e educadora social atua desde 2007 com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade na Casa de Acolhimento Institucional. Foi uma das fundadoras da Associação Arte Cultura Pela Paz Isaura Maia e também atuou como coordenadora institucional Casa Clara e Francisco. Nos últimos quatro anos preparou-se para concorrer priorizando o conhecimento e entendimento da legislação e principalmente do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Karen destaca que o Conselho Tutelar (CT) deve estar presente na vida da comunidade e ser a escuta da criança, do adolescente, da família. Ela lembra que entre os direitos está o lazer, a cultura, a saúde, educação todos com segurança.