Assim como a Prefeitura Municipal de São Leopoldo, no inicio da tarde de hoje (22) a direção do Semae informou a exoneração do diretor adjunto Venalto Severo, investigado na Operação Consiglieri. Pela manhã, a Prefeitura exonerou o titular da Administração Tiago Gomes, investigado na mesma operação por suposta participação, junto com o vereador Rafael Oscar de Souza (PDT), em esquema de cobrança de propina para liberação de alvará de funcionamento de empresas.
Na nota o Semae deixa claro que a autarquia não é investigada. Segue a nota.
“O Serviço Municipal de Água e Esgostos de São Leopoldo (Semae), comunica que, diante da Operação Consiglieri, deflagrada pela Polícia Civil, na manhã desta quinta-feira (22), o servidor em questão foi imediatamente exonerado. Com relação às denúncias, referidas na Operação, o Semae informa que não existe qualquer relação das questões apontadas com as atividades de competência da autarquia.”
A reportagem da Berlinda entrou em contato com o secretário Thiago Gomes que disse estar aguardando os autos do processo para se pronunciar. Ainda segundo ele, os advogados estão cuidando disso. “De antemão lhe digo. Não tenho culpa alguma sobres os fatos apontados na investigação. Absolutamente nada”, afirmou Gomes. O diretor adjunto do Semae, Venalto Severo, não retorno os telefonemas e as mensagens.
Ainda pela manhã a reportagem também tentou o contato com o vereador, sem sucesso (telefone desligado) e conversou com a assessoria de imprensa que disse que estava tentando buscar mais informações.
Entenda o caso
O vereador é apontado na investigação como “líder de associação criminosa estável”, segundo o delegado da Draco, Ayrton Martins. A investigação iniciou em 2020, a partir de denúncias de cobranças por parte de agentes públicos para liberação de alvarás para empresas. Souza foi secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Tecnológico entre 2017 e 2020, período em que Venalto também atuou na pasta. Ainda de acordo com o delegado, que deu entrevista exclusiva para o repórter Juliano Palinha, uma das situações investigadas é de que Souza teria cobrado R$ 8 mil para fornecer documentos a empreendimentos comerciais.
No inquérito, consta uma fotografia de um bilhete com a inscrição “8k”, que seria referência a 8 mil. O delegado explicou que houve dificuldades na investigação, já que empresários que teriam feito pagamentos se negaram a depor.
Durante a apuração, a Draco verificou não só ações de supostas cobranças para liberação de alvarás, mas também a suposta prática de “rachadinha”. Foram pedidos os afastamentos de todos, celulares recolhidos, carros e bens bloqueados pela justiça.
Ainda de acordo com a reportagem, os pedidos de afastamentos ainda não chegaram oficialmente na Câmara de Vereadores, Prefeitura e Semae. Esse processo cabe ao Judiciário.