São Leopoldo lança Semana do Migrante com acolhimento, informação e inclusão

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Por Juliano Palinha e Alex Günther

Nesta sexta-feira (13), inicia a Semana da Pessoa Migrante e Refugiada com vasta programação em São Leopoldo. Hoje as atividades iniciam às 10 horas na Rua Independência, 836, Centro, em frente à Escola Estadual Visconde de São Leopoldo. Este primeiro dia de encontro encerra às 15 horas.

A ação integra a Semana do Migrante e Refugiado do município instituída por lei municipal, e tem como objetivo divulgar o Comirat/SL e informar sobre as instituições que podem auxiliar migrantes com suas demandas e documentação.

Durante o programa Tá na Hora da manhã desta sexta, o repórter Juliano Palinha esteve no local e conversou com as professoras da Universidade EST Selenir Kronbauer, coordenadora do Grupo Identidade da EST; Soraya Eberle, coordenadora de Gênero e Religião da EST; além Vilene Moehlecke, professora da Unisinos.

Elas representaram a iniciativa na Rua Independência e o foco principal da ação, foi de levar informação para a comunidade leopoldense sobre as pessoas que vivem nesta situação na cidade e como elas podem ser ajudadas, especialmente com acesso a informação às entidades e órgãos responsáveis.

“Este movimento é uma construção conjunta a varias mãos de nossa cidade. Hoje temos cerca de 700 migrantes cadastrados no CadÚnico de São Leopoldo, afora aqueles pessoas que não constam ainda neste registro. Temos em torno de 250 alunos migrantes nas escolas municipais, afora o número nas estaduais a qual não temos acesso, mas sabemos ser bem expressivo”, aponta Vilene.

A missão de acolher

Selenir Kronbauer destaca a importância de dar visibilidade às pessoas que buscam em São Leopoldo, uma oportunidade de fazerem suas vidas de forma digna e dentro da legalidade. “Me sinto um pouco migrante aqui, pois sou de Bagé. Tive que conquistar meu espaço e precisei de pessoas que me orientassem. Este evento é para dar visibilidade à comunidade de São Leopoldo, levando informações sobre como abordar e ajudar quem chega.”

Ela explica como panfletos e orientações práticas vão aproximar o morador das entidades: “Todas as instituições envolvidas prestam serviços essenciais, mas a comunidade praticamente desconhece esse trabalho. Por isso, trouxemos panfletos com contatos para documentos, abrigo, trabalho e demais necessidades”.

Sobre barreiras linguísticas, ela ressalta: “A língua faz toda a diferença. Na Unisinos, o PLAC é referência no trabalho com imigrantes venezuelanos, e no SEPA, no Arroio da Manteiga, oferecemos aulas de português como língua de acolhimento.”

Juliano Palinha conversou com as representantes da ação na Rua Independência durante o Tá na Hora da Berlinda

Todos somos migrantes

Soraya Eberle, coordenadora de Gênero e Religião da EST, amplia o conceito de migração. “Todos nós, de certa forma, somos migrantes — nossos antepassados vieram de outras etnias. Ninguém migra por prazer; sempre há uma necessidade. Fui morar em Honduras e vi famílias que saíam por falta de oportunidades de crescimento.”

Por conceito básico, o migrante vem por vontade própria em busca de uma vida melhor; o refugiado foge de perseguição política ou ameaça à sua vida, precisando sair do país com urgência. Em ambas situações, o acolhimento é a palavra-chave a ser trabalhada.

“Na EST desenvolvemos trabalhos de acolhimento para diversos segmentos. É fundamental que o conceito chegue às escolas, locais de trabalho e ao convívio social, para que todos sintam-se parte dessa construção”, informa Soraia.

A programação segue

De 16 a 20 de junho, a Unisinos se une à Prefeitura para a Semana Nacional Sobre Migrações e Refúgio, ampliando debates e oficinas.

A agenda é promovida pela Prefeitura de São Leopoldo, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos (Sedhu) e do Comirat/SL, reafirmando o compromisso de tornar a cidade um verdadeiro polo de acolhimento e integração.

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