A indignação do vereador Marcelo Pitol (PSD) ontem (6), na sessão da Câmara de Vereadores de São Leopoldo, com a troca de acusações entre parte de vereadores da base governista e da oposição, representa a opinião de muita gente que gostaria de escutar dos vereadores relatos, sugestões, projetos e medidas que façam a diferença na vida do cidadão que precisa de mobilidade urbana, transporte coletivo, saúde, escola, emprego. Pitol foi direto. “Isso aqui parece um teatro, pra mim isso não é política é falta de respeito com a população que precisa de muita coisa”, desabafou ao final da sessão criticando a fala de alguns colegas do plenário que deram versões diferentes para o mesmo assunto, como por exemplo, a fraude bilionária no pagamento de benefícios pelo INSS de sindicatos e entidades contra milhões de aposentados brasileiros. Para vereadores da base governista, o responsável é o presidente Lula que assumiu o terceiro mandato em 2023 quando os descontos que já ocorriam aumentaram absurdamente. Para a oposição, o governo Bolsonaro também é responsável porque a maior parte das entidades responsáveis pelo “roubo” começaram a atuar em 2019, ou seja, governo Bolsonaro. Ao fim e ao cabo, o roubo aos aposentados ficou em segundo plano porque o objetivo era apontar as falhas do governo adversário.
A bolha vibra
Mas se tem gente que não gosta do embate, do tom de voz e gestos na tribuna, também tem quem goste dessa estratégia de “lacrar”, falar mais alto, chamar o adversário de ladrão enquanto o seu governo é sério, honesto, correto, transparente. A divergência de opiniões, princípios, ideologias é legítima e precisa existir para que a sociedade melhore, aprenda, avance mas desde que tudo isso aconteça pelo diálogo, pela escuta e pela disposição em entender o que está acontecendo para não repetir narrativas sem embasamento.
Blindado
Interessante prestar atenção nas falas da tribuna. Vereadores governistas foram enfáticos em apontar o presidente Lula, o PT como responsáveis pela fraude no INSS contra aposentados, sem qualquer comentário sobre quem estava no comando do INSS, Carlos Lupi- leia-se o PDT – com toda a diretoria inclusive o presidente do INSS afastado pela Justiça e exonerado por Lula, Alexandre Stefanutto, que Lupi defendeu na entrevista dizendo que era seu indicado. Os governistas não esqueceram desse “detalhe”, porém melhor não falar porque os cinco vereadores pedetistas são essenciais para o governo Heliomar Franco (PL).
Daniel Daudt saiu da fase paz e amor. “Se o prefeito Heliomar ainda fosse delegado deveria prender quem disse aqui na tribuna que ele (Heliomar) some na hora dos problemas. O prefeito é de verdade, trabalha muito desde cedo. Hoje (ontem) me chamou às 7h30 para dizer que eu havia feito críticas a ele na Berlinda”, disse Daniel referindo-se ao Berlinda News Entrevista de segunda-feira (5). Daniel disse que o PL não teve nenhuma reunião em 2025 porque o prefeito Heliomar Franco é o presidente do partido, mas não teria tempo para cuidar do partido.