A dengue fará parte do nosso dia a dia e consequentemente os casos positivos não terão mais destaque como notícia. Será um problema social que precisará ser combatido ininterruptamente em nossas casas, nossos pátios. A afirmação é do virologista da Feevale Fernando Spilki e do coordenador da Vigilância em Saúde de São Leopoldo, André Ellwanger, convidados do Berlinda News Entrevista desta sexta-feira (15). A prevenção depende do comprometimento e responsabilidade de cada um e não facilitar a proliferação dos ovos do Aedes Aegypti depositados nas superfícies do pote de água e comida de pets, parede de caixa de água, por exemplo. Confira as orientações dos especialistas.
Um ano
“O Aedes Aegypti de uma superfície para colocar os ovos, por exemplo, no recipiente da água do cachorro, na parede da caixa de água, na parede do pneu. Nessas superfícies o ovo dura um ano e quando aparece um pouco de água ele (ovo) abre, eclode, vira larva e depois mosquito. Para evitar isso, é preciso lavar as paredes (superfícies) com esponja, escova ou similar”. André Ellwanger
Toda a cidade
“O Aedes Aegypti está em toda a cidade, o município está infestado e o vírus está circulando. Dizer que a Vicentina e tem mais casos não contribui. Se no meu bairro tiver um caso, o problema é o mesmo. O mosquito é democrático, é nosso porque seu raio de atuação é de 100 a 150 metros. A estratificação é necessária para nós (Saúde) para o planejamento, ações, pesquisa. Para a população é preciso entender que o problema é de toda a cidade, é problema de saúde pública”, André Ellwanger
Precisamos acordar
“A situação mudou, precisamos acordar. Há 12, 13 anos atrás 12 internações por dengue seria no RS todo. Agora o Juliano informa que no Hospital Centenário hoje 12 pessoas estão internadas com dengue. Por isso o engajamento da sociedade é fundamental e percebam, quando digo engajamento é dentro da própria casa com os cuidados básicos de não deixar água parada em potes, flores, plantas, por exemplo”, Fernando Spilki
Hidratação
“A água é fundamental em todos os momentos, mas quem está com dengue precisa ainda mais porque a desidratação é muito rápido. Se a pessoa tem alguma comorbidade a possibilidade de agravar é muito maior”, André Ellwanger
Vacina
“Na covid a vacina foi bala de prata porque lamentavelmente era o que havia além de máscara, isolamento por exemplo. No caso da dengue existe outra ferramenta que é o controle ambiental, cuidado em nossas casas, visita dos agentes e as prefeituras estão fazendo isso. E tenho visto muita maturidades dos gestores públicos da região”, Fernando Spilki
Denúncias
“As denúncias devem ser feitas pelo 156 e isso tem ocorrido. Do total que chega pelo menos 70% é de piscinas e desses 30% ou menos se confirma. Infelizmente o que estamos percebendo que conflitos entre vizinhos motivam algumas denúncias, mas isso só fica claro quando a equipe chega no local. Lembrando que todas as denúncias são verificadas, ou seja, uma equipe desloca”, Andre Ellwanger.
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