O principal assunto de São Leopoldo desde a semana passada, demissões na Taurus e paralisação da obra da UBS Vila Nova, após a publicação do decreto do governo federal sobre armamento, está na pauta do governo municipal, oficialmente desde janeiro, mas na prática desde o final do 2º turno da eleição de 2022. “Começamos o diálogo em novembro de 2022 quando a Taurus começou a puxar o freio de mão e demitiu diretamente funcionários e o mesmo aconteceu com as empresas fornecedoras, seis (6) instaladas na Taurus e várias empresas da cidade que tem grande parte da produção para Taurus, estamos falando em cerca de 7 mil empregos. A partir de janeiro o prefeito Vanazzi e eu começamos a tratar disso e já fomos a Brasília no Ministério da Justiça assim como com a direção da Taurus tentando prever o que viria com o decreto. Era saber o que viria, para definir as regras para a estabilidade que o setor precisa”, disse o titular da Sedettec, Juliano Maciel, no Berlinda News Entrevista desta segunda-0feira (31).
Decreto 2019
“Todos sabiam, inclusive as empresas, que haveria ajustes do decreto de 2019 que foi um liderou geral e colocou muito armamento de grosso calibre na sociedade. Mas nosso papel como gestores públicos é mediar porque estamos falando de empresas como a Taurus que gera muito empregos, que tem uma tradição de mais de 80 anos na produção de armas e munições desde que a Rossi veio de Caxias do Sul para cá representando que 75% dessa produção pertence a São Leopoldo. Nosso olhar precisa ser atento para que tenha equilíbrio entre a segurança pública, segurança do cidadão e a operação da empresa.”
UBS Vila Nova
“Aquela obra é uma contrapartida pela aprovação do projeto de Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) expansão da área da Taurus. O governo indicou a construção da IBS que foi aceita pela empresa cujo prazo de entrega é março de 2024. Portanto se a empresa quiser parar a obra por três meses para reorganizar o fluxo de caixa não tem problema e nem necessidade de contatar a Prefeitura sobre calendário da obra, mas precisa ser entregue em março do próximo anos.”
Governo trocou penhora e evitou demissões
“Em dezembro fomos procurados por um dos fornecedores, via Sindimetal, que dependia 100% da Taurus e imediatamente desligou 70 dos 140 funcionários e o restante iria em seguida porque a empresa não tinha como segurar até março. Havia uma ação da empresa com a Prefeitura que havia como garantia um valor pecuniário e a empresa queria trocar a garantia por maquinário e assim liberar o valor para aguentar até março, quando novos clientes surgiram. Conseguimos fazer esse acordo via judiciário e a empresa colocou o maquinário como penhora e evitou a demissão dos outros 70 trabalhadores.”
Conversas quase diárias
“O prefeito Vanazzi tem conversado quase que diariamente com o CEO da Taurus, o Salesio, eu já me reuni com parte da direção porque logo deve vir um período de ajuste do decreto que é muito extenso. A partir disso vamos discutir muitos pontos que ainda geram muito debate dentro do próprio governo.”
Furo da bala
“Um dos pontos mais centrais dizem respeito aos calibres de uso restrito e uso permitido, isso porque vários calibres voltaram a ter restritos, um dos principais é o de 9 milímetros que é um dos principais na linha de montagem da Taurus aqui em São Leopoldo, ou seja produz o 9 mm aqui mas não pode comercializar dentro do Brasil. Então a empresa disse que é melhor produzir a 9 mm fora, na Geórgia, por exemplo.”
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