Após as cheias que devastaram 70% do município em maio de 2024, a importância de uma Defesa Civil estruturada ficou evidente. Em resposta, a nova gestão decidiu elevar o órgão ao status de secretaria, desvinculando-o da Secretaria de Segurança Pública. Márcio Uberti Moreira foi nomeado para liderar a pasta e, na manhã desta terça-feira (7), detalhou os desafios e as diretrizes para o futuro da Defesa Civil em entrevista ao programa Berlinda News.
Estruturação é o primeiro desafio
De acordo com Moreira, o principal desafio inicial é organizar a secretaria, que atualmente possui recursos escassos. “Hoje, não temos nada. Somos eu e o Fabiano, que é funcionário de carreira. Ainda estamos num levantamento inicial, de fazer todo o tombamento de carga, de ver o que tem e o que não tem, buscar as estruturas. Hoje, se eu quiser colocar seis pessoas na secretaria, eu não equipo elas e não fardo elas. O que tem ou está pequeno, ou está sujo, ou está rasgado. Hoje eu não tenho nem uma pá, não tenho nada.”
A nova secretaria também busca um espaço próprio, fora da estrutura da Segurança Pública. “Estamos procurando um lugar e fazendo convites para pessoas capacitadas para integrar a equipe”, explicou.
Organização e prevenção
A proposta de Moreira inclui a criação de três níveis de coordenação: planejamento, logística e operações. “Logística será responsável pelo material, controle de dinheiro e treinamento do efetivo. Operações, por sua vez, será focada em inspeções nos locais de risco. Mas a ideia é que todos saibam fazer tudo.”
Ele também ressaltou a necessidade de fortalecer a prevenção, tanto na comunidade quanto nas empresas. “A gente precisa investir em prevenção. É a mesma lógica do seguro do carro ou do plano de saúde: pagamos, mas não queremos usar. Enquanto não tivermos uma cultura de prevenção no país, será difícil. Mas temos que insistir nisso, trabalhando nas escolas, colocando bombeiros para ensinar coisas básicas.”
Uso de tecnologia e inspeções
Moreira destacou a importância de integrar tecnologia à atuação da Defesa Civil. “Quero agregar o uso de toda tecnologia possível: alertas, medições climáticas, e sistemas analógicos, dependendo da situação. Não adianta mandar SMS para um lugar sem sinal. Às vezes, um megafone em uma associação de moradores é mais eficiente.”
Quanto à fiscalização de diques e áreas de risco, o secretário enfatizou as responsabilidades da pasta. “A obrigação da Defesa Civil é fazer inspeções rotineiras nesses lugares de risco, como diques, rios e arroios. Constatando algum problema, elaboramos um relatório e encaminhamos ao prefeito, que decide as medidas a serem tomadas.”
A elevação da Defesa Civil a secretaria é um marco na reorganização administrativa do município e busca garantir respostas mais rápidas e efetivas em situações de emergência.
Confira a entrevista completa: [embedyt] https://www.youtube.com/watch?v=fDUUefiR8GQ[/embedyt]