Comitê Científico de Emergência Climática da Aliança para Inovação alerta para outros desastres e a capacidade de resposta para enfrentar a crise

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Todos os estudos apontam que teremos novos eventos climáticos pela frente. Ondas de calor, seca, e frio intensos. O grande desafio é a nossa capacidade de enfrentamento e resposta diante de cenários como tivemos em maio. Um estudo publicado nesta semana aponta os impactos sociais, econômicos e ambientais do desastre climático no RS, e respectivas recomendações futuras. A iniciativa é do Comitê Científico de Emergência Climática da Aliança para Inovação, articulação entre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Pontifícia Universidade Católica (PUCRS) e Unisinos.

O coordenador do comitê é o professor e gestor executivo do Tecnosinos, Silvio Bitencourt da Silva. Segundo ele, o objetivo é posicionar os reitores de universidades, juntamente com outras entidades, e estabelecer diretrizes de ação frente à tomadores de decisão, sejam eles públicos ou não.

O documento aponta que contribuiu para aumentar os danos da tragédias o maior número de pessoas em áreas alagáveis. Junto a isso, também o subdimensionamento dos sistemas de proteção e escoamento de águas pluviais. Conforme a pesquisa, a crise também expôs a limitada capacidade de resposta das unidades de Defesa Civil e outros serviços públicos essenciais.

No âmbito econômico, o pesquisador chama atenção para a retração da atividade no Estado. A retomada, segundo Bitencourt é prejudicada por uma crise de confiança de investidores que irão, a partir de agora, estar atentos à forma como o Estado está preparado para eventos climáticos extremos. Também chama atenção à fuga de profissionais e pesquisadores. “Se começa a observar um número sensível de pessoas procurando outros estados ou até outros países”, explica.
No âmbito social, somam-se perdas materiais e de moradia. Além disso, jovens que já foram prejudicados na pandemia foram novamente prejudicados, porque suas aulas foram fragmentadas. O trabalho cita também sequelas psicológicas, principalmente relativo à pessoas que tentam recuperar renda, negócios ou perdas. O estudo ressalta, porém, que impactos psicológicos ainda não são plenamente compreendidos.

Perspectivas futuras

A partir da identificação dos problemas gerados pela catástrofe climática, o comitê sublinha a urgência de uma abordagem integrada para a gestão de desastres no Estado. Os problemas, segundo o coordenador, são complexos, e um ente somente não conseguiria dar soluções apropriadas. Especialmente porque, de acordo com Bitencourt, momentos como esse vão voltar a acontecer. A preparação, porém, não deve incluir somente enchentes, mas também outros desastres ambientais, como ondas de calor, seca, e frio intensos.
O documento ressalta que estudos e ações qualificadas para o gerenciamento de infraestruturas críticas devem ser aprimorados e integrados. Assim “evitando efeitos cascatas de danos colaterais que impactem serviços públicos essenciais, levando, por exemplo, ao colapso do tratamento de águas e a falta de suprimentos à população”.
Entre as recomendações, estão a implementação de medidas estruturais e pontuais; a avaliação e implementação de sistemas de pagamento por serviços ambientais; regulamentações de ordenamento territorial; sistemas de monitoramento e alerta, educação e comunicação e planos de contingência.
O estudo também destaca a importância de considerar dimensões transversais, como conservação ambiental, aspectos jurídicos-institucionais, comunicação social, inovação tecnológica e a integração de comunidades tradicionais nas estratégias de gestão de desastres.
Fonte: Jornal do Comércio

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