O Centro Educacional Medianeira, em São Leopoldo, retomou os atendimentos este mês nos núcleos Centro e Campina, voltando a atender cerca de 400 crianças e jovens com idade a partir dos 4 anos.
Além do período de férias, os locais também passaram meses fechados para a recuperação pós alagamentos de maio de 2024 que, segundo Renata Rodrigues e Valmir Pizzuti, diretora e presidente do Centro, respectivamente, simplesmente destruíram a sede da Campina, onde a água chegou a quatro metros de altura. Um trabalho árduo que necessitou principalmente de muito esforço emocional.
“Conseguimos nos reerguer e em janeiro já conseguimos dar um atendimento maior, mas plenamente mesmo foi agora em março. Mas foi um período bem difícil, porque a casa ficou mais de vinte dias submersa e depois que baixou a água eu tive vontade de desistir, tamanha a destruição. Chegamos a encontrar lá cobra, sapo e até gato morto. A água foi além do teto na Campina e dá uma enfraquecida no emocional, mas aí você vê a comunidade, resiliente, voltando para suas vidas e o Centro tem muitas parcerias e amigos que acreditam no nosso trabalho e essas pessoas começaram a nos procurar. Já voltamos com todos os serviços e ampliamos, inclusive, o espaço. Na hora, porém, a sensação é de que zerou a vida”, detalharam eles que agora trabalham para que todas as oficinas retornem normalmente.
O Centro Medianeira existe há 65 anos e tem como objetivo atender crianças e adolescentes em vulnerabilidade social por meio de oficinas sociais, esportivas, culturais e profissionalizantes. Além disso, os inscritos recebem também atendimento psicossocial, nutricional e pediátrico.
Falta o básico
Para que tudo isso seja possível é preciso antes garantir algo básico e indispensável para todo ser humano: a alimentação; e no Centro, cada criança recebe duas refeições por turno. “Sem a alimentação não funciona a inclusão social, a educação e a iniciação profissional. Esses são os quatro pilares de trabalho do Centro Medianeira”, lembrou Pizzuti que completou: “Quem vive no Centro não tem conhecimento sobre a fome que transita na periferia. É muito triste ver crianças passando fome, nós temos que fazer alguma coisa.”
Diante desse comprometimento social, a equipe da Campina disponibilizou um espaço temporário para o Banco de Alimentos que também foi atingido pelos alagamentos de maio de 2024 e neste último sábado (15), voltou com a Campanha Sábado Solidário em mercados da região onde voluntários pedem por alimentos não perecíveis para abastecer o banco.
“Nessa primeira campanha do ano estivemos presentes em seis mercados de São Leopoldo, dois de Sapucaia do Sul e um de Esteio. Só que para isso acontecer precisamos do voluntários. Estamos com mais dois mercados esperando para participarem, mas falta voluntário”, lamentou Paula Bernardes, chefe de núcleo do Banco de Alimentos.
A colaboração da comunidade é importante para garantir o abastecimento do Banco que possui 29 instituições cadastradas, mas infelizmente, ainda não consegue atender a todas. “A ideia é que a gente consiga contemplar todas as instituições com o total de refeições que elas precisam. Hoje, o banco tem cadastradas 29 instituições de São Leopoldo, Portão, Esteio e Sapucaia do Sul, mas este número é pouco dentro do que podemos fazer, mas não conseguimos atender nem o total.”
No sábado, 70 voluntários participaram da campanha que arrecadou cerca de duas toneladas de alimentos, mas de acordo com Paula, atenderá apenas 20% das instituições. Ainda conforme ela, todo alimento doado é bem-vindo e direcionado para alguma entidade, mas a demanda maior é por leite e biscoito, itens que compõem o lanche da gurizada.
Ajudem
Interessados em ajudar tanto o Centro Medianeira como o Banco de Alimentos basta entrar em contato via Whatsapp pelo telefone (51) 9765-1058.
Confira abaixo a entrevista completa:
