Uma mulher de São Leopoldo, integrante de organização criminosa do Vale do Sinos, está entre as 27 pessoas indiciadas por organização criminosa envolvendo “golpe do cartão”, praticado contra idosos. Os demais indiciados são de Porto Alegre, Viamão e Gravataí. A investigação foi concluída hoje (25) pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), de São Leopoldo. Segundo a polícia, a mulher de São Leopoldo era laranja. Ela emprestava a conta para transferência de valores.
A investigação da Draco, denominada “Monero”, começou monitorando veículo utilizado por um motorista de aplicativo, suspeito de estar recolhendo dinheiro do crime organizado, no Vale do Rio dos Sinos e região metropolitana de Porto Alegre.
No dia 11 de setembro de 2020, em operação junto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), um veículo foi abordado em Leopoldo e apreendidos R$ 8.750,00 em dinheiro com uma pessoa sem antecedentes criminais.
O esquema
O esquema era coordenado por dois homens, com vários antecedentes criminais, incluindo estelionato e roubo majorado.
1° passo – Seleção de vítimas idosas correntistas do Banrisul e Banco do Brasil;
2° passo – Mulheres integrantes da organização criminosa ligavam para as vítimas se passando por atendentes do sistema de segurança da agência bancária;.
3° passo – As falsas “atendentes” diziam às que teria ocorrido suposta tentativa de clonagem de cartão, atividade suspeita de cartões de crédito ou movimentações suspeitas na conta bancária;
4° passo – As “atendentes” convenciam as vítimas a entregarem seus cartões de crédito e/ou débito para outros comparsas que se dirigiam às residências das vítimas, inclusive utilizando crachás do respectivo banco;
A fraude
De posse dos cartões das vítimas os criminosos faziam transferências para contas de “laranjas”, saques e até mesmo compras pela internet ou em lojas físicas. Uma das vítimas perdeu mais de R$ 200 mil.
O próximo passo entravam em cena outras pessoas cooptados exclusivamente para receber o dinheiro ilícito em suas contas pessoais. Essas pessoas recebiam cerca de R$ 300 a R$ 500 mil para emprestar a conta.
Em seguida, tais valores eram novamente sacados por integrantes da quadrilha, responsáveis pela coleta dos valores, utilizando-se, para tal, das facilidades de serem também motoristas de aplicativo.
Prisões temporárias
A Justiça decretou prisão temporária das duas pessoas que comandavam o golpe. Conforme a Draco, um deles prestou declarações e negou participação nos fatos, enquanto que o segundo está foragido..