Primeira família é desalojada em São Leopoldo: Defesa Civil atualiza informações e prevenções

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Uma família de venezuelanos é a primeira a ser evacuada de casa em São Leopoldo, em razão das fortes chuvas que elevaram o nível do Rio do Sinos durante esta semana. Se trata de marido, esposa e três filhos – sendo um destes um bebê de apenas 20 dias de vida. Eles residiam no bairro Feitoria e foram levados para um abrigo da ONG Grupo de Coração da Galera do Bem, no bairro Santos Dumont.

Até o momento, as águas do rio invadiram as ruas da Praia, das Camélias (até o nº 600) e segue represada em um beco da Carlos Bier, na localidade de São Geraldo, na grande Feitoria Nova. Os venezuelanos residiam em uma zona ribeirinha na Feitoria Nova e tinham a intenção de ir buscar abrigo na casa de parentes, também na Feitora. Mas por uma decisão conjunta com a Defesa Civil municipal, se optou por alocá-los no abrigo por oferecer condições mais adequados para recebê-los.

Secretária traz atualizações

A secretária da Assistência Social e primeira-dama, Simone Dutra, esteve no local e trouxe mais atualizações sobre a situação dos venezuelanos, a aproveitou para tratar de outras questões relacionadas ao trabalho da Defesa Civil e Assistência Social frente às inundações.

Sobre a família, Simone relata se tratar de refugiados políticos, que vieram ao Brasil buscar acolhimento e melhores condições de vida. “E casualmente a nossa secretaria também cuida dos migrantes na cidade e, recentemente, tivemos o aporte financeiro do governo do Estado e Federal via MDS, no valor de R$ 600 mil a serem destinados a essa famílias venezuelanas. Então temos todo suporte necessário com acompanhamento médico e psicológico para atende-los”, informou Simone.

Secretária Simone Dutra esteve no abrigo que recebeu venezuelanos e trouxe atualizações dos serviços da Defesa Civil e Assistência Social

Trabalho da Defesa Civil e Assistência Social

A Primeira-Dama destacou que as equipes da Prefeitura vem trabalhando 24h por dia e trazendo informações em tempo real nas plataformas oficias. “O apelo que faço a população é que, ao ouvir os primeiros pingos de chuva, não se desespere e busque os canais oficiais da Defesa Civil, pois estamos trabalhando de forma sistemática para manter a todos informados em tempo real e quais medidas a serem tomadas. Porque notamos que há ainda muitas cicatrizes da enchente de 2024 e qualquer precipitação neste momento deixa a todos nervosos”, avaliou.

Simone destaca que a Prefeitura segue trabalhando na linha da prevenção e acredita que as medidas são positivas. “Tanto que até o momento não houve alagamentos no município. Tivemos aquele ponto do fechamento da comporta na Vicentina, que logo foi resolvido através de bombas anfíbias. Então a cidade não viu até aqui, o que assistiu durante muitos anos em tempos passados”, refletiu.

A secretária avalia que a questão da São Geraldo e das Camélias são diferenciadas, por se tratarem de áreas mais baixas e próximas do leito. “Estamos monitorando os locais de forma permanente, com equipes técnicas visitando as casas e se colocando a par das situações das famílias, oferecendo todo suporte necessário para deslocamento e abrigo”, indica.

Prevenção, transparência e diálogo

Desde fevereiro a Assistência Social e Defesa Civil trabalham em projetos preventivos desta natureza, inclusive com banco de voluntários cadastrados e locação de banheiros químicos com chuveiro quente – uma grande necessidade percebida durante a grande enchente de 2024.

“Acho importante frisar que não estamos mascarando a situação e buscamos ser muito transparentes com a população, caso a situação exija mais atenção por sua gravidade. Em tempos passados, creio que não houve esse trabalho que possibilitasse as pessoas se organizarem melhor a tempo. A minha família mesmo perdeu tudo no ano passado muito em virtude disso”, frisou.

Outra informação relevante, é que a Prefeitura mantém diálogos constantes com as prefeituras vizinhas que estão relacionadas com o Rio do Sinos. “Este contato é mantido com as cidades de Campo Bom, Rolante e Taquara, que estão acima de nós em termos topográficos. Então o rio desce de lá e é importante sabermos como está a situação nestes locais para trabalharmos aqui”, informa.

Situação de momento

Simone informa que há neste momento seis abrigos temporários de sobreaviso – mais o Centro de Eventos – para receber as famílias afetadas em caso de urgência. “Temos um caminhão da Assistência Social equipado com tudo que precisa: camas, colchões, roupas de cama, agasalhos e alimentos. Qualquer tipo de deslocamento, nós estamos preparados para suprir estes e outros espaços”, informa.

A Secretaria de Proteção Animal – SEMPA – também está com uma estrutura prévia montada, caso necessite oferecer espaços para os pets nestes abrigos. “Assim seus donos que estejam alojados podem ficar pertinho deles”, aponta.

Campanha Desapegar é Incluir

A primeira-dama aproveitou para relembrar a campanha do agasalho do município, Desapegar é Incluir, solicitando que a população traga para os pontos de coleta roupinhas de bebê e roupas masculinas extra grandes, estas peças estão em baixa no estoque no Banco de Agasalhos.

“Sempre lembrando que pedimos pelas peças de roupa que não são de descarte, mas sim aquelas peças que ainda tem grande serventia. Tivemos problemas nas primeiras semanas com isso, mas a população já está entendendo a nossa mensagem e trazendo aquelas roupas que ainda estão em ótimo estado e pode ajudar o próximo”.

Descarte de lixo segue sendo um problema

Outro ponto relevante levantado por Simone, se refere ao descarte de lixo em regiões ribeirinhas, córregos e no próprio Rio do Sinos. “Nós somos o reflexo das nossas ações. E grande parte da população acaba pagando o preço por uma fração menor que tem esta irresponsabilidade. Precisamos de mais consciência para seguir contribuindo. O Poder Público vai seguir endurecendo na fiscalização e aplicação de sanções, mas a própria população são os nossos olhos e podem nos ajudar a evitar esse tipo de situação, através das denúncias”.

Acompanhamento do Sinos

De acordo com o Portal Nível Guaíba, a última medição do Rio do Sinos realizada às 10h15 deste sábado (21) apontou 4.94m, sendo que a cota de inundação é de 4.50m. De acordo com a aferição, o rio deve segue subindo 2cm por hora. A chuva deverá dar uma trégua neste sábado, mas retornará neste domingo (22).

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