O período eleitoral traz à tona um assunto que vem sendo discutido amplamente na sociedade, não só no Brasil, mas em todo o mundo: a representatividade das mulheres na política. Apesar de conquistas históricas da mulher, como direito a voto e o direito de ser eleita, o protagonismo das mulheres no cenário político ainda está longe de atingir marcas desejadas.
No Rio Grande do Sul, os resultados de eleições municipais de 2012 e 2016, demonstram que o número de mulheres eleitas para vereança ainda não é expressivo e, em algumas cidades chegou a nulo. Em São Leopoldo, foram eleitas duas mulheres em 2012, aumentando esse número para apenas três em 2016, das 13 vagas disputadas. Ou seja, a cidade possui uma representatividade feminina de 20%, onde as eleitoras mulheres somam quase 55% do total de eleitores aptos.
Ainda que exista a lei de cotas eleitorais, assegurando o mínimo de 30% à participação de mulheres no pleito eleitoral, essa medida não tem se mostrado efetiva, pois as mulheres ainda não estão chegando a cargos políticos de maneira igualitária.
A exclusão no cenário político é resultante de uma cultura incutida na nossa sociedade de que as mulheres não tem espaço ou voz ativa para tomada de decisões políticas, acarretando na sub-representação feminina, além de consequências no planejamento e efetivação de políticas públicas que levem em conta todas as demandas das mulheres, que vão desde o enfrentamento da violência contra a mulher, até políticas para infância e juventude.
As eleições fazem parte das ações pela busca de condições igualitárias entre gêneros. Além de ações afirmativas para combate à desigualdade, é importante que essa seja uma luta de todos – políticos, partidos, poder público e, principalmente a sociedade, para que se consiga atingir as mudanças necessárias nesse cenário.
Karin Santos é cabeleireira
