No Berlinda News Entrevista desta quarta-feira (10) o tema foi a violência doméstica que cada vez mais exige a ação da Segurança Pública em todas as etapas do processo. ” Não podemos dizer que a violência doméstica tenha aumentado. Mas podemos garantir que com os instrumentos legais do Estado para receber, acolher essa mulher, viabilizar seu pedido, dar vazão a sua demanda, as denúncias aumentam. A violência sempre existiu e talvez nos mesmos índices, porém não havia o sistema organizado para receber e dar vazão”, disse a capitã do 25º BPM, Bibiana Menezes, responsável pela Patrulha Maria da Penha. A lei é nova, desde 2006, mas a violência contra a mulher sempre existiu na relação de gêneros.
Rede de proteção
“A rede de enfrentamento e proteção às vítimas de violência doméstica de São Leopoldo funciona muito bem por isso não aceito críticas à rede, aceito sim sugestões porque podemos avançar sempre. São todos os entes da Segurança, Judiciário, Município totalmente comprometidos para tratar cada caso de acordo com a realidade da vítima e do agressor. O Centro Jacobina é um excelente instrumento assim como a casa de abrigo que obviamente não é na cidade para garantir segurança à vítima.”
Patrulha Maria da Penha
“A função específica da Patrulha Maria da Penha não é de ir no local atender a ocorrência que chega na BM como os demais casos exigindo a presença de policiais militares. O papel fundamental da Patrulha é fiscalizar o cumprimento da medida protetiva, ir na casa da vítima para garantir a segurança”.
Agressores leram o mesmo livro
“Sempre digo que os agressores leram o mesmo livro porque a forma de praticar a violência é a mesma, segue um padrão e começa sempre com o agressor tratando a futura vítima com delicadeza, muita atenção que mais tarde será entendida como a vigilância para saber tudo o que a mulher faz 24 horas e depois começar o processo da violência que se dá das mais diversas formas inclusive a física.”
Oito anos
“Pela nossa experiência a vítima consegue romper o ciclo e pedir ajuda após oito (8). Não é fácil entender e se enxergar como vítima de violência patrimonial, psicológica, física. Infelizmente todas nós já fomos ou seremos vítimas de algum tipo de violência por isso insisto que cada um deve prestar atenção nos próprios atos. Acredito que o agressor consiga se dar conta do que faz após participar do programa do judiciários junto com outros agressores. Assim como a vítima não se enxerga como vítima, o agressor também não se enxerga como agressor.”
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