Na festa pelos 17 anos do parque Imperatriz um dos destaques foi a homenagem para quem começou a luta pela preservação dos banhados, especificamente o Banhado da Imperatriz, onde está implantado o pulmão verde de São Leopoldo. A sensibilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam) significa reconhecimento, agradecimento e principalmente divulgar e contar para as atuais gerações a riqueza histórica e a luta dessas pessoas registrada no livro Os Banhados do Rio dos Sinos – E porque devem ser preservados”, organizado pelo Carlos Aveline. No Berlinda News Entrevista desta segunda-feira (11) Marcio Link, historiador e coordenador do patrimônio cultural da Secult e Anderson Etter historiador e secretário municipal de Meio Ambiente relembraram a criação do Parque pela história de cada uma dessas pessoas.
Inspiração
“Quando organizamos a programação, no capítulo do 5º Fórum dos Arroios, decidimos homenagear a quem defino como a inspiração para a origem do parque, que foram professores, especialistas, biólogos, agrônomos, cidadãos que defenderam os banhados fundamentais para manter a vida e não lugar de mosquito, por exemplo, argumentos de quem defendia empreendimentos e outras construções como o Fórum hoje na Avenida Unisinos.” Anderson Etter
Berço ecológico do movimento ecológico
“É muito importante valorizar pessoas em vida e uma iniciativa importante é falar sobre a história e de quem foi protagonista e por isso enfrentou muitas dificuldades porque eram definidos como chatos, loucos quando estavam nos alertando sobre a nossa responsabilidade. São Leopoldo é berço ecológico do movimento ecológico no RS e muito no Brasil.” Márcio Link
Nome científico
“O professor Athos Raimundo Bemvenutti estava presente no evento e até hoje é considerado uma das pessoas mais inteligentes na área do meio ambiente. Ele pega uma folha caída no chão e faz a identificação com o nome científico não pelo nome popular. Ele foi o pioneiro na cirurgia dendro, técnica para salvar as árvores, um galho doente, por exemplo.” Márcio Link
Banhado das freiras
“Mais uma citação que tinha como objetivo preservar o local que hoje é o Parque Imperatriz. Quando o biólogo Petry fala em Banhado das Freitas e da Feitoria está se referindo ao local para que não fosse prejudicado, por exemplo, por um projeto que tinha como proposta uma linha reta da João Becker pelo parque.” Anderson Etter
Homenageados
Atos Raimundo Bemvenutti – professor, engenheiro agrônomo, fundador e ativista do Núcleo Leopoldense da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan). Professor no Colégio Agrícola de São Leopoldo desenvolveu a técnica da dendro cirurgia de árvores, sendo pioneiro no Brasil. Sua participação no livro Os Banhados do Rio dos Sinos – E porque devem ser preservados, foi com o artigo: A Cobertura Vegetal do Banhado da Avenida Imperatriz Leopoldina
Athos falou na homenagem de sábado (9)
Hamilton César Grillo
Renato Petry Leal – biólogo e funcionário do Zoológico de Sapucaia do Sul desde 1967. Em 1971, juntamente com outros 13 ambientalistas, dentre eles Mário Fonseca, fundaram a AGAPAN. Em seguida Renato assumiu como primeiro presidente da Núcleo Leopoldense da AGAPAN. Sua contribuição no livro Os Banhados do Rio dos Sinos – E por que devem ser preservados com o artigo Os Banhados das Freiras e da Feitoria.
Rogério Daniel Porcher – biólogo, especialista em Fisiologia, no livro Os Banhados do Rio dos Sinos – E porque devem ser preservados, escreveu o artigo Os Répteis do Banhado
Walter Adolfo Voss – ecologista, professor, pesquisador da Fundação Zoobotânica do RS, autor do artigo: Breve Apreciação da Avifauna dos Banhados de São Leopoldo, apresentado no livro: Os Banhados do Rio dos Sinos.
Ione Rambo – historiadora natural, professora, ecologista e ativista social. Atuou no Colégio Pedrinho Schneider trabalhando a temática da ecologia juntamente com os professores Marlene Engelke e João Daudt.
Balduino Rambo – Em 1942 publicou a obra A fisionomia do Rio Grande do Sul, uma descrição detalhada da geografia do Estado, incluindo mapas e 30 ilustrações paisagísticas, feitas a partir de fotos aéreas tiradas por ele em viagens por todo o território,
João Ignácio Daudt – professor, ambientalista; ativista da Agapan/SL, Upan e coordenador do Clube de Ciências da Escola Pedrinho e componente da coordenação geral do Projeto Natureza, da SEC-RS em parceria com a AGAPAN-NL.
Flora Zeltzer – Historiadora natural, coordenadora da Educação Ambiental da PMSL (2005-2012), e coordenou a Agenda 21 Leopoldense, Caderno da Agenda 21 Escolar e participação no projeto de Revitalização Socioambiental da Rua da Praia e posteriormente, em 2012, contribui no Projeto de Restauração do Museu do Rio dos Sinos. Ainda, aderno Caminho dos Pescadores, Jardim Botânico de SL, Atlas Socioambiental de São Leopoldo
Thomaz Wonghon – professor da rede estadual de educação, dirigente sindical do CPERS e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE. Participou da criação do movimento pré-Agapan.
Rafael Altenhofen – biólogo, professor, dirigente da União Protetora do Ambiente Natural, com intensa atuação da defesa da preservação dos banhados do rio dos Sinos. Foi participante ativo no movimento pela não construção do Fórum na área onde hoje é o parque. Atualmente Rafael é presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Cai.
Claire Viegas – bióloga, professora; componente da equipe de Educação Ambiental da SEMMAM (2005); coordenadora do Projeto Monalisa do COMITESINOS nos 08 arroios de São Leopoldo em 2005.
Fernanda Basso – arquiteta e urbanista. Em 2005, Fernanda coordenou a Equipe Técnica do Projeto de implantação do Parque Municipal Imperatriz, em cooperação com o GT do Parque.
Márcio Link – ambientalista, fundador e militante da UPAN, tendo sido um dos principais defensores da criação da SEMMAM em 1989. Atuou no movimento pela não construção do Fórum na área onde hoje é o parque
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